Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Violência no desporto

Identificação de membros das claques e acompanhantes vai ser obrigatória

22 jul, 2019 - 22:55 • Liliana Carona

Há uma nova autoridade nacional: Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto. O objetivo passa por congregar os esforços de todos, no sentido de uma prática desportiva isenta de violência. As claques estão na mira.

A+ / A-

Vai ser obrigatória a identificação dos membros das claques e de quem quiser ficar junto a estes grupos de adeptos. Pela primeira vez, Portugal tem uma autoridade exclusivamente dedicada à violência no desporto: a Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto, sediada em Viseu e inaugurada esta segunda-feira, cujo objetivo passa por congregar os esforços de todos (forças de segurança, organismos desportivos, forças políticas), no sentido de uma prática desportiva isenta de violência.

A inauguração contou com a presença do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, assim como de Rosa Mota. A primeira atleta portuguesa a conquistar o ouro olímpico quis também dar o primeiro passo para um maior "fair play" no desporto e deixou um apelo à imprensa portuguesa.

“A iniciativa é ótima, isto é a continuação do trabalho desenvolvido, e está nas mãos de todos. Pedir também à imprensa para não dar tempo de antena às claques. Não sei para que existem as claques, só fazem desacatos, criam mau ambiente, as famílias têm medo de levar as crianças. E como aparecem na televisão, pensam que são uns heróis e, portanto, também o meu apelo à imprensa para cortar com isso”, pediu.

Sobre a nova autoridade, com sede em Viseu, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, afirmou que é um esforço de todos.

“Congratular-nos a todos com a abertura da sede da Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto, que pode congregar os esforços de todos. Pela primeira vez, o país tem uma autoridade, um organismo do Estado, total e exclusivamente dedicado à violência no desporto, seja na ótica da prevenção ou do combate”, referiu, à margem da cerimónia de inauguração.

A "nova" lei 39

É sobre as claques que João Paulo Rebelo relembra a importância da lei 39, que "não é uma nova lei, mas sofreu uma revisão proposta pelo governo e está em vias de ser promulgada pelo Presidente da República". Exige a identificação dos seus membros e também dos outros que quiserem assistir a um jogo junto a estes grupos.

“A proposta de alteração à lei foi pensada com particular enfoque nas questões dos grupos organizados de adeptos, visto que não era suficientemente eficaz no trabalho que é essencial relativamente à identificação dos membros destes grupos”, explicou o secretário do Estado, sem deixar de referir que o governo quer “garantir que se vai conhecer as pessoas que estão associadas mais a este tipo de práticas".

"Esta lei torna as questões mais claras, torna obrigatório que os clubes determinem locais nos estádios para os grupos organizados, e para quem que estar junto a estes grupos organizados, e a obrigatoriedade de identificação destas pessoas passa a ser uma realidade. Tem de ter o nome, a morada e os contactos. As forças de segurança têm que saber que estou lá”, exemplificou.

Ao mesmo tempo que nasce a Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto, está a decorrer a campanha Violência Zero, uma campanha nacional de prevenção e combate à violência no desporto. Arrancou no dia 17 de abril e visa sensibilizar a população para o fenómeno da violência, promovendo os valores éticos do desporto, como o "fair play" e a tolerância. O governo tem, de momento, o registo de 28 claques com 4700 membros.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+