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França

Demissão do ministro do Ambiente obriga Macron a remodelar Governo

16 jul, 2019 - 17:01 • João Pedro barros com agências

O governante é acusado de promover jantares luxuosos à custa do Estado francês e de ter promovido uma remodelação dispendiosa da residência oficial.

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François de Rugy, ministro francês do Ambiente e Transição Ecológica, não resistiu ao desgaste das revelações feitas nos últimos dias pelo diário digital Mediapart e apresentou esta terça-feira a sua demissão do cargo, confirma a agência Reuters. O governante é acusado de promover jantares faustosos à custa do Estado francês, que incluíam lagosta e garrafas de vinho de 500 euros.

"Os ataques e o linchamento mediático contra a minha família obrigam-me hoje a recuar. Os esforços necessários para lutar contra as acusações fazem com que não possa realizar com tranquilidade as missões que me foram confiadas pelo Presidente", disse, em comunicado divulgado via Facebook.

Os factos envolvem também a sua mulher e remontam a um período entre entre junho de 2017 e outubro de 2018, em que François de Rugy era presidente da Assembleia Nacional. Para além disso, foram questionados os gastos de 63 mil euros na remodelação da residência oficial – o ministro demissionário explicou que o edifício era histórico e que foi necessário contratar artesãos para realizar alguns dos trabalhos.

Rugy, de 45 anos, ex-membro dos Verdes e ativista ambiental, apelidou as críticas de "grotescas" e foi afastando a possibilidade de demissão, contando para tal com o apoio do Presidente Emmanuel Macron. Porém, esta terça-feira, a pressão revelou-se demasiado forte, mas de Rugy aproveitou para anunciar que iria apresentar queixa nos tribunais por alegada difamação do Mediapart.

Emmanuel Macron, que tem recebido críticas por ser um "presidente dos ricos" e amigo de empresários e milionários, terá agora de substituir o ministro, ficando por saber se a remodelação será mais ampla. Ainda em outubro, o Presidente realizou alterações substanciais no executivo, com a saída de quatro ministros e a mudança de pasta para seis.

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