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António Miguel Cardoso quer desbravar um terceiro caminho para o Vitória de Guimarães

16 jul, 2019 - 11:45 • Redação

O líder da Lista A de candidatura à presidência acredita que é possível encontrar uma alternativa à estagnação e ao recurso a um investidor, os dois destinos que têm sido traçados para o clube minhoto. As eleições estão marcadas para sábado.

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António Miguel Cardoso pretende encontrar uma terceira via para o futuro do Vitória de Guimarães, que não inclua o recurso a um investidor ou a estagnação. O líder da Lista A de candidatura à presidência do clube minhoto identifica o momento e, em entrevista a Bola Branca, explica o motivo que o levou a entrar na corrida à sucessão a Júlio Mendes.

"Ao longo dos últimos anos, em relação a estes temas da SAD, ouvia muito Júlio Mendes a dizer que o clube teria duas saídas: ou estagnava ou eram preciso milhões para crescer. Eu nunca fui muito de acordo. Sempre acreditei numa terceira via, que passava pela gestão do clube de forma racional, numa gestão desportiva mais eficaz. Por isso, senti verdadeiramente que este ponto poderia ser de viragem", justifica.

A utopia de uma posição maioritária na SAD

António Miguel Cardoso considera utópico pensar que o empresário Mário Ferreira possa abdicar da sua presença na SAD como acionista maioritário. Entende, por isso, que a relação com o investidor é para manter, mas sem que o Vitória abdique do essencial, isto é, a "blindagem em relação aos temas mais estruturantes da gestão do futebol".

"Queremos que as zonas cinzentas desapareçam. Temos de controlar o futebol. Temos de ser sérios, mas não abdicaremos disso", garante.

António Miguel Cardoso assume que as últimas eleições decorreram em "clima mais agressivo". O líder da Lista A quer evitar isso e confia que a existência de três candidaturas, com certos planos convergentes, apesar de, no que tem a ver com "o futebol e com a relação do clube com a SAD, as matérias e planos serem muito divergentes", não fragiliza o próximo presidente do clube. O dia seguinte às eleições deve ser de união:

"A partir do momento em que alguém ganha, todos teremos de estar unidos. Quem ganhar terá de ter uma liderança forte e fazer com que o Vitória finalmente possa voltar a ter uma voz nacional e ser ouvido em todo o lado e não estar condicionado, nem submisso a ninguém."

Melhorar a parte desportiva sem criar "ondas"

Embora considere que o "timing" escolhido por Júlio Mendes para se demitir da presidência do clube "não foi o melhor", António Miguel Cardoso confia que a indefinição diretiva no Vitória não terá impacte de maior na preparação da nova época e pede "o menor ruído possível" por parte dos candidatos em relação a esses temas, até às eleições.

"Compete-me, no dia em que entrar no Vitória, preocupar-me com onde estão as lacunas e aquilo que for preciso fazer, de forma a que o Vitória fique mais forte. Até esse dia, temos de deixar a direção e o treinador trabalhar. Temos jogos importantes, os jogadores têm de trabalhar com paz. Não faz sentido a lista A, B ou C andar atrás de jogadores ou tentar fazer algum tipo de manifestações ou até contratações quando nós nem sequer sabemos o que é que a direção está a fazer", assinala.

De qualquer forma, o líder da Lista A tem "uma noção clara de quais são os défices" da equipa, de onde pode ir buscar jogadores e até "quais são os jogadores". Para já, prefere deixar a atual direção trabalhar. "Quando entrarmos, vamos perceber rapidamente, em conjunto com o treinador, quais são as carências e vamos reagir", afiança o candidato.

"Sim" à continuidade, especialmente com Ivo Vieira

António Miguel Cardoso quer estar "ligado ao futebol" e ser "o último a decidir nas questões mais importantes", como presidente.

O líder da lista A conta com Flávio Meireles, que considera ter "alma vitoriana", para "team manager", caso o antigo jogador aceite o desafio, e deseja manter Ivo Vieira como treinador: "Já tinha uma boa impressão, tenho tido ótimas indicações e sabemos que é uma pessoa que gosta de trabalhar em equipa. Estamos satisfeitos. Nessa matéria, estamos contentes em relação à decisão que esta direção tomou."

Passos seguros em frente, sem pensar em desistir

O Vitória de Guimarães tem ficado sucessivamente atrás do Sporting de Braga, nos últimos campeonatos. António Miguel Cardoso sugere que o clube não se preocupe com o "vizinho do lado" e explica porquê.

"Temos de nos preocupar connosco e com a gestão que temos de fazer do Vitória, em fazer com que o clube volte a ter aquela alma a que nos habituou. Trabalhar bem a parte desportiva, as contratações e a formação, e fazer com que o Vitória, quando chegar às quatro linhas, seja um clube com muito mais ambição. Se isso for bem feito, o Braga e qualquer outro rival ficará por baixo de nós", assegura o candidato.

Aconteça o que acontecer, e a quatro dias das eleições, que decorrem no sábado, António Miguel Cardoso sublinha que vai até ao fim:

"Estamos independentes das gentes, de investidores, dos interesses de outros clubes, da Liga, Federação, Conselho de Arbitragem. Se entrarmos no Vitória, entraremos de forma tranquila e por nós. Não estamos a ser empurrados por ninguém, temos uma liderança bem vincada e sabemos para onde vamos. Independentemente do resultado que tivermos não nos passa pela cabeça desistir nesta altura nem faria sentido."

A Lista A, intitulada "Por Ti Vitória", concorre às eleições presidenciais do Vitória de Guimarães. O ato eleitoral está marcado para sábado.

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