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União Europeia

Candidata a líder da Comissão compromete-se com uma UE neutra em carbono até 2050

16 jul, 2019 - 09:44 • Redação

A ministra da Defesa alemã apresentou, em Estrasburgo, as suas prioridades ambientais para os próximos cinco anos.

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Um Green Deal, solidariedade no Mediterrâneo e prazo do Brexit alargado. O que propõe Ursula von der Leyen?
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A candidata alemã à presidência da Comissão Europeia apresentou-se esta terça-feira ao Parlamento Europeu. Ursula Von der Leyen quer que a Europa seja o primeiro continente a alcançar a meta da neutralidade carbónica em 2050.

No arranque do seu discurso traçou como prioridade a defesa do ambiente e apelou à unidade de todos os europeus. “Se estamos unidos cá dentro, ninguém nos dividirá do exterior. Se fecharmos o fosso entre nós podemos transformar os desafios de amanhã nas oportunidades de amanhã. O desafio mais urgente é manter o planeta saudável. É a maior responsabilidade e oportunidade do nosso tempo”, alertou a candidata, indicando que irá apresentar um “acordo verde” nos primeiros 100 dias no cargo.

“Quero que a Europa seja o primeiro continente neutro do ponto de vista ambiental no mundo em 2050.”

Na sua intervenção de mais e 30 minutos em três línguas (francês, alemão e inglês), a candidata não deixou nenhum dos grandes temas europeus de fora, assumindo compromissos para agradar a socialistas, liberais e até aos Verdes.

Evocando Simone Veil, a primeira mulher a presidir a assembleia europeia, a política alemã prometeu lutar por uma União Europeia mais justa, em que “ninguém fica para trás”, e em que seja a “economia a servir os cidadãos” e não o inverso.

Ainda no campo económico comprometeu-se a assegurar um salário mínimo justo em todos os Estados-membros e a “uma maior proteção para aqueles que perdem o seu emprego em tempos de crise”. Além disso, pretende completar a União de Capitais, a recorrer à flexibilidade do Pacto de Estabilidade e Crescimento e a taxar os gigantes tecnológicos a operar na União Europeia.

Quanto ao Reino Unido, disse que o Brexit pode ir para além de 31 de outubro. “Estou pronta para alargar o prazo de saída, se mais tempo for necessário... por uma boa razão.”

Crise no Mediterrâneo não foi esquecida

Em relação à crise dos refugiados, no Mediterrâneo, apresentou a ideia de corredores humanitários em cooperação com o organismo da ONU.

“No mar, há o dever de salvar vidas. E nos nossos tratados e convenções há o dever moral de respeitar a dignidade humana. A UE deve salvar, mas salvar não é suficiente. Temos de combater o crime organizado, melhorar a situação de refugiados.”

Para a alemã, a UE precisa de “empatia”, pelo que proporá um novo Pacto de Migrações e Asilo.

Para conseguir o cargo de presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen vai ter de reunir pelo menos 374 votos (50% mais um voto) entre os 747 eurodeputados, isto se nenhum faltar. A votação secreta acontece a partir das 17h00.

Se von der Leyen for eleita, o presidente solicitará ao Conselho e à presidente eleita da Comissão que proponham, de comum acordo, os candidatos para os cargos de comissários. As audições nas respetivas comissões parlamentares deverão ter lugar em setembro ou outubro.

Se não obtiver a maioria necessária, o Conselho Europeu (os chefes de Estado e de Governo dos países-membros) terá de apresentar um novo nome no prazo de 30 dias, deliberando por maioria qualificada. Ou seja, o novo candidato terá de ter o apoio de 55% dos Estados-membros (16 em 28), representando pelo menos 65% da população europeia.

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