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De Coimbra para o mar. Pranchas de surf ecológicas aceleram aprendizagem

15 jul, 2019 - 08:18 • Lusa

Vão ter como matérias-primas a madeira e o agave, numa conjugação de materiais que as tornarão "mais leves e fáceis de manusear, garantido a sua rigidez e resistência mecânica".

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O Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) está a desenvolver uma prancha para quem está a aprender surf, construída com materiais ecológicos e reciclados, que previne erros de postura corporal e de falta de equilíbrio dos praticantes.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a instituição de ensino explica que está a ser desenvolvida um novo modelo de pranchas de surf, que "vai ajudar no processo de aprendizagem através de um melhor desempenho biomecânico".

"A biomecânica permite associar a destreza dos materiais da prancha com a forma como o atleta se deve posicionar para atingir um maior equilíbrio e melhor postura corporal, do seu corpo e acelerar a sua aprendizagem", salienta Mário Velindro, presidente do ISEC, citado na nota.

Desenvolvido pelo Laboratório de Biomecânica Aplicada do ISEC, o projeto consiste em desenvolver uma prancha que permite corrigir a postura corporal através de um registo de desempenho, em que o praticante irá aprender a posicionar-se de forma mais eficiente, de modo a conseguir equilibrar-se melhor quando estiver no mar.

O presidente do ISEC prevê que, em 2021, a solução já deverá estar concluída e pronta a ser comercializada.

Mais amiga do ambiente

Além do seu desempenho biomecânico, a prancha será construída recorrendo a materiais ecológicos pouco habituais entre os praticantes de surf. "As pranchas das escolas de surf são geralmente poluentes, uma vez que os materiais que as compõem são derivados do petróleo e estas não costumam durar muitos meses", explica Eurico Gonçalves, presidente da Associação de Desenvolvimento Mais Surf (ADMS), da Figueira da Foz, a entidade onde nasceu a ideia deste projeto, também citado no comunicado.

Por ano, em média, "saem de circulação entre oito a 15 pranchas em cada escola de surf".

"Se multiplicarmos este número por 350 - que é o número de escolas de surf registadas em Portugal -, temos entre três a cinco mil pranchas que, todos os anos, vão para o lixo e não podem ser recicladas", acrescenta Eurico Gonçalves, que também é professor de surf.

Vão ter como matérias-primas a madeira e o agave, uma planta da família dos catos, numa conjugação de materiais que as tornarão "mais leves e fáceis de manusear, garantido a sua rigidez e resistência mecânica".

"A prancha que estamos a produzir com o ISEC será composta por materiais de construção sustentáveis, os quais podem ser reaproveitados para criar um compósito que seja o núcleo do material de construção de novas pranchas", realça Eurico Gonçalves.

A ADMS pretende que a prancha sustentável produzida pelo ISEC seja uma réplica da primeira prancha de surf registada em Portugal.

"Queremos que esta nova versão seja de madeira, tal como a de 1942, e que também seja leve e evoluída tecnologicamente para o seu tempo", salienta Eurico Gonçalves.

Segundo o ISEC, o projeto foi construído, testado e fotografado na Figueira da Foz pelo desportista Nuno Fernandes, fruto do interesse manifestado por um grupo de estudantes de Coimbra.

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