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​D. Daniel Henriques apresenta Maria como “a Mãe de toda a consolação”

13 jul, 2019 - 12:37 • Olímpia Mairos

O bispo auxiliar de Lisboa, que presidiu à peregrinação internacional aniversária de julho, convidou os fiéis a tornarem-se consoladores, “em palavras e gestos concretos carregados de ternura e compaixão”.

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“Quem não experimentou já as sombrias horas de tribulação e de angústia?! Quem não sentiu já o seu coração envolto em tristeza e ansiedade?”, assim iniciou o bispo auxiliar de Lisboa, D. Daniel Henriques, a sua homilia da eucaristia da peregrinação aniversária.

O bispo auxiliar de Lisboa referiu que “é esta a nossa condição humana”, pois, “se vivemos momentos de serenos de tranquilidade”, é necessário recordar que “nem sempre assim estivemos e bem sabemos que uma cortina negra como breu pode cair, repentina, sobre a nossa vida e de quantos nos são próximos”.

O prelado refletiu sobre as “horas sombrias” que passam por todas as pessoas e que, muitas vezes, é nesses momentos que “talvez nos tenhamos aproximado de Deus, entrado em alguma igreja, visitado este santuário de Fátima, procurado o conselho de um sacerdote”.

“Ou então, o próprio Deus veio ao nosso encontro, na presença consoladora do Espírito Santo que nos serenou ou na pessoa de um irmão que foi para nós instrumento da Sua presença reconfortante, consoladora e inefável, que nos fez sentir como uma ‘criança ao colo da mãe’”, acrescentou.

Evocando as palavras de S. Paulo, o prelado acentuou a visão de Deus como o “Pai de Misericórdia e Deus de toda a consolação”, um “Deus clemente e compassivo, paciente e cheio de bondade”, que se compadece dos seus filhos e que tem por eles “entranhas de misericórdia”, um Deus que “vê a aflição” dos seus filhos, se “reclina” sobre “o seu sofrimento e desce para o libertar”, para apresentar Jesus Cristo, “na Sua aparente fragilidade”, como a manifestação “em plenitude da Sua bondade e ternura”.

D. Daniel Henriques apresentou, depois, São Francisco Marto, o santo da contemplação e da consolação, como “admirável exemplo” de alguém que procurou consolar o próprio Deus – “Que pena Ele estar tão triste. Se eu O pudesse consolar!”. E, para isso “gostava de se retirar” para, em silêncio, “rezar e pensar em Nosso Senhor, triste por causa de tantos pecados”. E quando Lúcia lhe perguntou se estava melhor, respondeu: “Não. Sinto-me muito pior. Já me falta pouco para ir para o Céu. Lá vou consolar muito a Nosso Senhor e a Nossa Senhora”.

O bispo auxiliar de Lisboa falou ainda do Espírito Santo como “o consolador”, que conduz os fiéis, os ilumina interiormente e os conforta em todas as tribulações. “Através dele, experimentamos a nossa vida envolvida pelas consolações de Deus” e “quem experimenta as consolações de Deus, não pode deixar de se tornar, ele mesmo, fonte de consolação”, pois “as consolações de Deus não se esgotam em nós próprios”, afirmou.

“Este atributo de Deus faz-se sentir em nós e reflete-se através de nós. Em última análise, não há duas modalidades de consolação: a de Deus, que se exerce sobre nós e a nossa, que fazemos uns sobre os outros. É a própria consolação de Deus que, através de nós, deve iluminar e confortar o coração de quantos se encontram atribulados”.

Maria espelha a consolação de Deus

Ao concluir a sua homilia, o bispo auxiliar de Lisboa convidou os fiéis a contemplar “o coração e a vida da Mãe do Céu” e a reconhecer nela “o espelho puríssimo onde se reflete a ternura e a consolação de Deus”.

“Como nos consola Maria?”, questionou o prelado. “Certamente naquela palavra, naquele olhar de ternura, naquele afago espiritual, naquela palavra luminosa. Mas o seu principal consolo é mostrar-nos o seu Filho Jesus”, afirmou.

E antes da oração final a Maria, Mãe da consolação, D. Daniel Henriques desafiou os fiéis a tornarem-se, também eles, consoladores, “em palavras e gestos concretos carregados de ternura e compaixão”.

Milhares de pessoas participaram nas celebrações desta peregrinação de julho, que assinalou a terceira aparição de Nossa Senhora aos pastorinhos.

Segundo informação do Santuário para esta peregrinação aniversária, inscreveram-se 72 grupos organizados, provenientes da Europa, Ásia, África, América do Sul e América do Norte e esteve também presente, na celebração eucarística de hoje, na área protocolar da Colunata Sul, um grupo de cerca de 100 tripulantes do Navio Amerigo Vespucci da Marina Italiana, acompanhados pelo capelão do navio, D. Pietro Folino Gallo.

A eucaristia deste sábado, dia 13, foi presidida por D. Daniel Henriques, bispo auxiliar de Lisboa e concelebrada pelo cardeal D. António Marto, seis bispos e 110 sacerdotes.

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