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ONU investiga milhares de mortes na “guerra contra a droga” nas Filipinas

12 jul, 2019 - 00:17

Governo do Presidente Rodrigo Duterte diz que 6.600 traficantes foram mortos, mas os ativistas falam em 27 mil vítimas de operações policiais e execuções extrajudiciais.

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O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas vai investigar milhares de mortes registadas durante a “guerra contra a droga” decretada pelo Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte.

A resolução foi aprovada por 18 países, 15 abstenções e contou com a oposição de 14, incluindo a China.

O Governo das Filipinas diz que, desde a eleição de Duterte em 2016, cerca de 6.600 pessoas foram mortas pela polícia em tiroteios com traficantes de droga, mas os ativistas dos direitos humanos admitem que o número de mortes pode ultrapassar as 27 mil.

“Este não é apenas um passo para fazer justiça aos milhares de famílias das vítimas de mortes extrajudiciais nas Filipinas, mas também é uma mensagem que nós, coletivamente, enviamos aos apoiantes do Presidente Duterte”, afirma Ellecer "Budit" Carlos, do iDefend, um grupo filipino de defesa dos direitos humanos.

Para o ativista, a guerra contra as drogas decretada pelo Presidente das Filipinas não passa de uma “guerra simulada”.

Uma das últimas vítimas desta guerra foi Myca Ulpina, uma criança de apenas três anos, que foi morta em Manila a 29 de junho. A polícia alega que o pai a utilizou como escudo humano durante uma operação das forças de segurança.

Os ativistas filipinos argumentam que a polícia aterroriza as comunidades mais pobres, sob o pretexto do combate ao tráfico de droga.

A resolução aprovada esta quinta-feira apela às autoridades de Manila que ataquem o problema das mortes extrajudiciais e cooperem com Michelle Bachelet, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, na investigação cujas conclusões serão divulgadas dentro de um ano.

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