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Investigadores precários enchem e esvaziam balões durante discurso do primeiro-ministro

08 jul, 2019 - 12:39 • Lusa

António Costa foi ao "Ciência 2019 - Encontro da Ciência e da Tecnologia em Portugal", reconhecer que o programa de regularização de precários na administração pública não resolveu os problemas nas de investigação e docência. No final, Costa trocou algumas palavras com o grupo que protestava.

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O primeiro-ministro, António Costa, reconheceu, esta segunda-feira, que os resultados do programa de regularização de precários na administração pública, apesar de terem cumprido os objetivos ao nível das carreiras gerais, não resolveram os problemas nas de investigação e docência.

Costa assumiu esta posição no discurso que proferiu na sessão de abertura do "Ciência 2019 - Encontro da Ciência e da Tecnologia em Portugal", no Centro de Congressos de Lisboa, onde foi confrontado com os protestos de cerca de três dezenas de precários deste setor, que encheram e esvaziaram balões durante as intervenções.

Antes de abandonar o Centro de Congressos de Lisboa, o primeiro-ministro trocou algumas palavras com uma das cidadãs deste grupo que protestou e recebeu das mãos dela um curto manifesto.

"Vou ler", prometeu António Costa, tendo a alguns metros atrás de si o ministro do Ensino Superior e da Ciência, Manuel Heitor.

No breve discurso, com cerca de dez minutos, o primeiro-ministro referiu-se aos motivos daquele protesto, reconhecendo que o alcance do PREVPAP (Programa de Regularização Extraordinária de Vínculos à Administração Pública), posto em prática nesta legislatura, pode ter sido insuficiente.

"Se houve algo que manifestamente ficou claro ao longo desta legislatura, é que os mecanismos extraordinários de regularização, como o PREVPAP, se demonstraram bons resultados nas carreiras gerais, manifestaram-se desadequados para resolver as situações de precariedade (que é necessário resolver) seja na carreira docente, seja na carreira de investigação. Portanto, não querendo fazer de cientista, acho que o resultado experimental está à vista e é fundamental encontrarem-se outros mecanismos que não PREVPAP", acentuou António Costa.

Neste ponto, o líder do executivo disse mesmo ser "fundamental criarem-se condições de estabilidade para aqueles que necessitam de estabilidade" nestas áreas científicas.

No entanto, ao longo da sua intervenção, o primeiro-ministro defendeu a existência de progressos nas políticas para a ciência e para a investigação, considerando que se "provou que era possível fazer diferente" face ao passado.

"Foi muito importante conseguir estabilizar os contratos, foi importante conseguir-se retomar o crescimento do investimento em ciência e devolver-se confiança e esperança no futuro, superando-se a meta de cinco mil contratos científicos celebrados ao longo da legislatura. Mas é preciso ter consciência que há um trabalho a prosseguir, porque não está tudo feito", ressalvou logo a seguir.

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