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Costa promete cortar nos impostos sobre o trabalho e dá nota "Bom" à "geringonça"

08 jul, 2019 - 09:00 • Miguel Coelho com Redação

Primeiro-ministro explica que maiorias absolutas em Portugal só acontecem em "circunstâncias muito excecionais" e garante que nunca fará "chantagem aos portugueses a dizer ‘só governo nesta ou naquela condição’”. Nesta entrevista, Costa reafirma confiança em Azeredo Lopes, afirmando-se convicto de que "não cometeu qualquer ilegalidade ou qualquer tipo de crime" no processo de Tancos.

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Costa promete cortar nos impostos sobre o trabalho e dá nota "Bom" à "geringonça"

O primeiro-ministro, António Costa, garante que um novo governo PS vai cortar nos impostos sobre o trabalho.

"Vamos continuar a prosseguir a trajetória de diminuição dos impostos sobre o trabalho como tem acontecido ao longo desta legislatura. A classe média em particular precisa de poder continuar a ter um alívio fiscal importante para além da eliminação da sobretaxa, para além da aplicação dos novos escalões de IRS que já fizemos", diz o chefe do Governo, em entrevista à Renascença, no espaço do programa "As Três da Manhã", .

Nesta entrevista, Costa sublinha que, "este ano, os portugueses pagaram menos mil milhões de euros de IRS do que teriam pago com os mesmos rendimentos em 2015" e que, se for reeleito, a "trajetória de redução dos impostos sobre o trabalho vai seguramente prosseguir".

O primeiro-ministro reconheceu que os salários "têm de subir, tanto no público como no privado", mas garantiu que o futuro Governo não vai por em causa as contas públicas.

António Costa mantém anda a recusa em pedir uma maioria absoluta ao eleitorado e não fechou a porta ao estabelecimento de um novo acordo com os partidos à esquerda do PS.

"Toda a gente sabe que em Portugal, com o sistema eleitoral que temos, só em circunstâncias muito excecionais é possível haver maioria absoluta", explicou, acrescentando ainda que "é indiferente qual é a minha vontade e qual é a minha opinião porque a única coisa que conta verdadeiramente para o resultado eleitoral é a vontade dos portugueses".

Costa garantiu ainda que nunca fará "chantagem aos portugueses a dizer ‘só governo nesta ou naquela condição’”.

"Geringonça": nota "Bom"

No balanço da legislatura prestes a chegar ao fim, Costa diz que "correu bem". Desafiado a atribuir uma nota à chamada "geringonça", o primeiro-ministro atribui nota "bom".

"Acho que foi bom e acho que superou generalizadamente as expectativas de muitos e os receios de alguns", disse Costa, acrescentando que "em algumas matérias foi excelente, mas ninguém é bom juiz de si próprio".

"Conseguimos cumprir tudo o que ficou acordado nas posições conjuntas assinadas pelo Partido Socialista com o Bloco de Esquerda, com o Partido Comunista e com Os Verdes", afirmou o chefe do Governo garantindo que a coligação esgotou-se nesta legislatura, mas pode ser renovada na seguinte: "Era um acordo para esta legislatura e com medidas para esta legislatura. Uma nova legislatura terá seguramente novas medidas."

Tancos. Azeredo Lopes "não cometeu qualquer ilegalidade"

Outro dos temas abordados nesta entrevista foi a questão do furto das armas de Tancos. António Costa reiterou total confiança no ex-ministro da Defesa.

"Não tenho a menor das dúvidas que o professor Azeredo Lopes não cometeu qualquer ilegalidade ou qualquer tipo de crime, mas não sou eu que me compete julgar, confio no sistema de justiça e tenho tido sempre a mesma regra: à justiça o que é de justiça, à política o que é da política. A minha solidariedade pessoal com ele total, a minha confiança política total", disse Costa.

Azeredo Lopes foi constituído arguido no processo de Tancos e foi presente a um juiz de instrução criminal suspeito de co-autoria dos crimes de denegação de justiça e de prevaricação.

O primeiro-minsitro foi submetido ao exame de Joana Marques e respondeu a questões extremamente desagradáveis
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