07 jul, 2019 - 12:36 • Marta Grosso com Ecclesia
É com “uma reação muito positiva” que o cardeal patriarca de Lisboa reage à notícia da classificação do Convento e Palácio de Mafra a Património Cultural Mundial da UNESCO.
D. Manuel Clemente lembra a conjuntura da época em que aqueles monumentos foram construídos para enaltecer a decisão anunciada neste domingo pelo Comité do Património Mundial, que está reunido em Baku, no Azerbaijão.
“Quando D. João V promoveu aquela construção, fez ao mesmo tempo uma construção para utilizar linguagem civil e religiosa; fez um palácio como fez um convento”, começa por lembrar.
Além da “convicção sincera” de D. João V, Portugal vivia uma época de “grandes devoções a Nossa Senhora da Conceição e a Santo António”.
“Nossa Senhora da Conceição era a padroeira da Casa de Bragança e também de Portugal e Santo António por ser um santo português. Portanto, há ali [em Mafra] um conjunto de significados que importa reter e agora também reafirmar, com este apoio da comunidade internacional, por isso só posso ficar contente”, sublinha o cardeal patriarca.
O Palácio Nacional de Mafra, mandado construir por D. João V, é um conjunto barroco formado pela basílica, o convento, o paço real e a tapada, possuindo ainda uma valiosa biblioteca, dois carrilhões e seis órgãos históricos.
Juntamente com este complexo, o Comité da UNESCO elevou a Património Cultural Mundial o santuário do Bom Jesus, em Braga, cuja candidatura foi apresentada em janeiro de 2014.
O conjunto arquitetónico do Bom Jesus do Monte, considerado um ‘ex-líbris’ daquela cidade, foi concluído em setembro em 1811.
A partir deste domingo, Portugal conta com 17 locais na lista do Património Mundial da UNESCO. Os primeiros entraram em 1983 e foram o Centro Histórico de Angra do Heroísmo, o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, o Mosteiro da Batalha e o Convento de Cristo, em Tomar.
Mais tarde foram distinguidos o Centro Histórico de Évora (1986), o Mosteiro de Alcobaça (1989), a Paisagem Cultural de Sintra (1995), o Centro Histórico do Porto (1996), a Arte Rupestre do Vale do Côa (1998), a Floresta Laurissilva da Madeira (1999), o Centro Histórico de Guimarães (2001), o Alto Douro Vinhateiro (2001), a Paisagem da Cultura da Vinha da ilha do Pico (2004), a Cidade-Quartel de Elvas e suas Fortificações (2012) e a Alta e Sofia da Universidade de Coimbra (2013).
Além das duas distinções agora anunciadas, o comité da ONU aprovou o alargamento da zona central da Universidade de Coimbra, para incluir o Museu Nacional Machado de Castro.