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É cada vez mais difícil matar uma barata

03 jul, 2019 - 16:39 • Marta Grosso

Vivem apenas 100 dias, mas provocam fortes reações nas pessoas e são transportadoras de organismos patogénicos. As baratas são conhecidas pela sua resistência e esta é uma característica que parece estar a aumentar.

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As baratas estão a tornar-se cada vez mais resistentes, revela um estudo da Universidade Purdue (Estados Unidos), publicado na revista “Scientific Reports”.

As baratas alemãs, as mais comuns no mundo, vivem exclusivamente em ambientes humanos e podem transportar organismos patogénicos, como salmonella, enterococcus, e. coli, outros micróbios resistentes a antibióticos.

Por isso, são muitas vezes utilizados inseticidas para as matar. Mas, depois de se testar vários tipos de veneno, os cientistas perceberam que as baratas podem ter desenvolvido resistência ao elemento exterminador.

E as que desenvolvem a resistência ao inseticida podem passar o gene para as novas gerações, que assim se tornam mais resistentes.

Para testar a resistência das baratas, os investigadores utilizaram três diferentes inseticidas, aplicados por profissionais de pragas licenciados em três diferentes colónias, ao longo de seis meses.

Uma colónia foi tratada com os três inseticidas, um de cada vez; outra colónia foi atingida com uma mistura dos inseticidas; e a terceira colónia foi atingida com apenas uma substância química a que as baratas tinham baixa resistência.

Independentemente do tratamento usado, a maioria das colónias não diminuiu de tamanho, mesmo quando foram utilizados vários inseticidas de uma só vez.

Além disso, os níveis de resistência aumentaram na maioria dos casos, pelo que os investigadores sugerem que as baratas estão a evoluir muito rapidamente para a resistência aos três produtos químicos testados.

Ainda assim, o estudo revelou também que um inseticida químico – isca de gel de abamectina – poderia destruir pelo menos uma porção de uma colónia de baratas, caso as baratas tivessem um baixo nível de resistência no início. Neste caso, são necessários mais testes genéticos para determinar o porquê deste resultado.

“Em geral, o inesperado desempenho da maioria dos tratamentos no estudo de campo sugeriu níveis significativos de resistência inicial e/ou seleção para resistência de nível mais alto em quatro a seis meses", escrevem os investigadores.

As baratas vivem apenas cerca de 100 dias, mas podem evoluir muito depressa e estão a tornar-se cada vez mais resistentes.

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