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Diferença diminuiu, mas mulheres ainda ganham menos 18% do que os homens

27 jun, 2019 - 00:34 • Ana Carrilho

Distritos de Bragança e Vila Real são aqueles em que se registam menores diferenças nas remunerações base e com subsídios (entre os 3 e os 9%). Aveiro, Leiria, Lisboa e Setúbal são os que apresentam maiores diferenças.

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As mulheres portuguesas continuam a ganhar menos que os homens, embora a situação tenha melhorado ligeiramente, segundo dados de 2017 agora conhecidos.

O “Barómetro das diferenças remuneratórias entre mulheres e homens”, divulgado pelo Ministério do Trabalho, indica que em 2017 o salário médio mensal das mulheres era inferior em 14,8% ao dos homens, mas, contanto com todos os subsídios regulares (remuneração média ganho), eles recebiam 18,2%.

Quanto maior a empresa, pior a situação. Nas mais pequenas (com menos de 50 trabalhadores) a diferença salarial base era de 11%, enquanto nas que empregavam mais de meia centena de funcionários, já com subsídios incluídos, ultrapassava os 20%.

Segundo o estudo elaborado pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho e Segurança Social, em termos de salário base, metade dos trabalhadores por conta de outrem (TCO’s) ganhava mais de 620 euros.

Pegando no quarto dos trabalhadores com salários mais baixos, há quase igualdade, mas no quarto dos que ganham mais, os homens recebem mais 27%.

Incluindo todos os subsídios, o cenário é ainda pior. Entre os mais pobres, as mulheres recebem menos 5%, mas, entre os que ganham mais, a diferença dispara para mais de 32%.

O estudo envolveu mais de 2 milhões 870 mil trabalhadores de 290 mil empresas, de 20 grandes sectores em todos os distritos do Continente e Regiões Autónomas.

A maior parte dos homens trabalhava a tempo completo (mais de 1,4 milhões, 53,6%) mas no trabalho a tempo parcial, dois terços são mulheres (cerca de 146.500).

A remuneração média base das mulheres ronda os 860 euros, quase 15% mais baixa do que a dos homens, que ultrapassa os 1.008 euros. Mas quando se olha para a remuneração média ganha – que envolve os diversos subsídios pagos regularmente – a diferença faz-se entre 1.009 euros para elas e 1.233 para eles, revelando uma diferença salarial superior a 18%.

A nível sectorial destaca-se o das atividades artísticas e desporto em que a diferença na remuneração média base ou com ganhos atinge quase 60%, a que não serão alheios os vencimentos dos jogadores de futebol ou outros desportistas do sexo masculino.

Nas atividades financeiras, imobiliárias, de consultoria ou mesmo educação e saúde, ronda os 20%.

Depois, também há atividades em que a remuneração média das mulheres é mais alta que a dos homens. É caso das indústrias extrativas (onde elas exercem maioritariamente funções administrativas), transportes ou alguns serviços públicos.

Mas é preciso não esquecer que dentro do mesmo setor há profissões diferentes, assim como qualificações e habilitações académicas diferenciadas. Os “anos de casa” também influenciam a remuneração.

Os distritos transmontanos de Bragança e Vila Real são aqueles em que se registam menores diferenças nas remunerações base e com subsídios (entre os 3 e os 9%). Aveiro, Leiria, Lisboa e Setúbal são os que apresentam maiores diferenças. Neste último, os ganhos médios dos homens situam-se 25% acima dos das mulheres.

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