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Trump nega violação de jornalista. “Ela não faz o meu género”

25 jun, 2019 - 07:35 • Redação

Presidente dos EUA acusa ex-colunista da Elle de "mentir totalmente" e garante que não a conhece.

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Donald Trump negou, esta segunda-feira, ter abusado sexualmente a jornalista norte-americana E. Jean Carroll, num provador da loja de luxo Bergdorf Goodman, nos Estados Unidos, há 23 anos.

Em entrevista ao site The Hill, o Presidente dos Estados Unidos acusou a jornalista, que foi colunista da revista de moda Elle durante vários anos, de estar “totalmente a mentir”, quando o acusou de abuso sexual, num artigo escrito pela própria na revista New York Magazine.

“Primeiro, ela não faz o meu género. Segundo, isso nunca aconteceu. Nunca aconteceu, ok?”, afirmou o Presidente norte-americano.

“Ela está a mentir totalmente. Não sei nada sobre ela”, diz Trump. “Não sei nada sobre esta mulher. Ela é – é simplesmente terrível que as pessoas possam fazer declarações como essa”.

“Adoro que eu não faça o género dele”, respondeu E. Jean Carroll, em entrevista à CNN, logo depois de a resposta do presidente norte-americano ter sido publicada.

A jornalista lembrou que Trump negou todas as acusações de mulheres que já o acusaram de comportamentos sexuais impróprios. "Ele nega, dá a volta, ele ameaça e ataca", disse Carroll.

E. Jean Carroll é a 16.ª mulher que acusa o presidente dos EUA de crimes de índole sexual. No artigo publicado na revista New York Magazine, a ex-colunista da "Elle" conta que Trump, na altura empresário, lhe pediu um conselho sobre um presente a comprar para uma amiga. O agora presidente dos EUA teria escolhido um "'bodysuit' transparente" e pedido à jornalista para o provar para ele. Ela ter-lhe-ia respondido que ele é que devia experimentar, de acordo com o jornal britânico "The Guardian".

Carroll alega que Trump a atacou quando chegaram aos provadores e que abusou sexualmente dela nos três minutos seguintes.

"Ele agarra os meus dois braços e empurra-me contra a parede uma segunda vez, e, quando me dou conta de quão grande ele é, ele segura-me contra a parede com o ombro e enfia a mão sob o meu casaco e puxa para baixo os meus 'collants'", descreve a jornalista. Numa "luta colossal", Trump teria aberto o fecho das calças e forçado os seus dedos na zona genital dela, além de empurrar o pénis "metade ou completamente" dentro dela. Carroll conseguiu libertar-se do agora presidente dos EUA - conta que abriu a porta do provador e fugiu.

Carroll recorda que a lista que fez é "dos 21 canalhas mais revoltantes" que já conheceu e apresenta a explicação para se queixar agora, passados 23 anos da alegada ocorrência, e não na altura:

"Receber ameaças de morte, ser retirada à força de casa, ser despedida, arrastada pela lama e juntar-me a 15 mulheres que divulgaram casos credíveis sobre o homem que agarrou, importunou, menosprezou, espancou, molestou e agrediu, apenas para o ver torcer, negar, ameaçar e atacá-las, não me parece nada divertido. Além disso, sou uma cobarde."

Na entrevista que deu à CNN na segunda-feira, Carroll afirmou que estaria disponível para trabalhar com a Polícia de Nova Iorque numa investigação, mas acrescentou que os seus advogados a avisaram que o prazo para uma queixa como esta já expirou.

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