24 jun, 2019 - 14:21 • Filipe d'Avillez
Terminou mal, ou melhor, nem começou, o jogo da seleção feminina de futebol do Vaticano contra as austríacas do Mariahilf.
O desafio devia ter lugar no sábado e fazia parte das celebrações do aniversário do clube austríaco. As jogadoras de ambas as equipas já estavam alinhadas para ouvir os hinos mas quando tocou o da Santa Sé três das atletas do Mariahilf levantaram as camisolas, expondo frases a favor do aborto, enquanto nas bancadas alguns adeptos levantaram tarjas com frases a contestar as posições da Igreja sobre a homossexualidade.
Perante a cena foi decidido suspender o jogo.
Esta segunda-feira a direção do clube escreveu um comunicado, publicado na sua página oficial do Facebook, em que pede desculpa à equipa do Vaticano pelo incidente.
“Pedimos desculpas sinceras às jogadoras da equipa do Vaticano e aos nossos convidados que vieram de perto e de longe, pelo facto de o jogo não se ter realizado”, diz o clube, sublinhando que nunca houve intenção de abandonar o desafio e que o clube estava desejoso de jogar.
O Mariahilf reconhece que algumas das suas jogadoras têm posições “ambivalentes” em relação à Igreja, mas que essas diferenças de opinião não afetar o jogo.
A equipa feminina do Vaticano é composta por mais de 20 mulheres, de idade entre os 25 e os 50, na maioria funcionárias e mulheres ou filhas de funcionários da Santa Sé.
O primeiro jogo da equipa foi em maio, contra a equipa feminina do AS Roma.