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Operação Rappel

PJ detém dois funcionários do Pingo Doce por suspeitas de corrupção

12 jun, 2019 - 13:03 • Celso Paiva Sol com Lusa

Alegado esquema terá lesado o Grupo Jerónimo Martins em dois milhões de euros. Ao todo foram detidas quatro pessoas e constituídos 10 arguidos.

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Quatro pessoas foram detidas esta quarta-feira na zona da Grande Lisboa por corrupção passiva e ativa, ocorrida no setor privado, e também por branqueamento de capitais, divulgou a Polícia Judiciária (PJ).

Fonte policial adiantou à agência Lusa que os casos de corrupção foram denunciados pela própria empresa Pingo Doce, que colaborou na investigação executada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC). A mesma fonte acrescentou que alguns dos detidos são funcionários "já com alguma responsabilidade na empresa" e que atuavam "ao nível da rede" que integra o grupo económico.

O alegado esquema de corrupção hoje desmantelado pela PJ terá lesado o Grupo Jerónimo Martins em cerca de dois milhões de euros, segundo informações apuradas pela Renascença.

A Operação Rappel foi desencadeada na zona da Grande Lisboa, incidindo sobretudo na Plataforma Logística da Jerónimo Martins em Azambuja. Em comunicado, a PJ adianta que foram realizadas 18 buscas, apreendidas várias viaturas de gama alta, diversos documentos, material informático, outro material relacionado com a prática da atividade criminosa e ainda cerca de 400 mil euros em dinheiro.

Durante a operação, foram detidos três homens e uma mulher, com idades entre os 40 e 65 anos. Ao todo foram constituídos 10 arguidos, cinco deles funcionários do Grupo Jerónimo Martins suspeitos de receberem elevadas quantias para beneficiarem alguns fornecedores de peixe, pão, fruta e outros produtos. Os restantes estão ligados a empresas fornecedoras.

A Renascença apurou que dois dos detidos, um homem e uma mulher, são quadros da Jerónimo Martins, responsáveis pela área de negociações com o mercado. Os outros dois suspeitos detidos são fornecedores do setor do pescado.

Num comunicado enviado às redações, o Pingo Doce confirma que "as buscas hoje realizadas na nossa plataforma logística da Azambuja tiveram lugar em resultado de denúncias efetuadas pela Companhia Pingo Doce [...] envolvendo alguns dos seus colaboradores e fornecedores".

Na mesma nota, a empresa adianta: "As alegadas práticas terão sido levadas a cabo em benefício próprio dos autores e em grave prejuízo da empresa que, tal como até aqui, se mantém inteiramente disponível para continuar a colaborar com as autoridades no apuramento dos factos, tendo de imediato tomado medidas com vista à suspensão dos colaboradores presumivelmente implicados."

Os detidos serão agora submetidos a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação. A investigação iniciada há dois anos vai prosseguir no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Loures, para se determinar "todas as condutas criminosas e o seu alcance".

[Título corrigido às 14h50]

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