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10 de Junho

João Miguel Tavares. "Há muito poucas coisas" que Marcelo não possa dizer

10 jun, 2019 - 09:11 • Susana Madureira Martins

O comissário das comemorações do Dia de Portugal vai discursar em Portalegre antes do Presidente da República e promete "discurso desassombrado" e com "efeito surpresa"

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Não é fácil arrancar ao presidente da comissão das comemorações do 10 de junho o que vai dizer em Portalegre esta segunda-feira. Entre risos, João Miguel Tavares diz à Renascença que "vai ser um discurso sobre Portugal" e não quer desvendar muito porque faz "gosto que haja aquele efeito de surpresa".

Garante que vai ser ao seu estilo, sem "de repente, desligar o botão para enfiar o estilo pomposo de discurso oficial". Ora, diz o cronista e jornalista que uma coisa diferente disto "não faria sentido" e que o próprio Presidente da República já sabia ao que ia quando o convidou.

Então, podemos esperar um discurso provocador? Também não, mas que seja "pelo menos que um discurso desassombrado, em que tenha sobretudo sinceridade".

João Miguel Tavares quer falar em Portalegre, a sua terra natal, "de coisas que fazem falta ao país, para o país ser um pouco melhor do que aquilo que é", ou seja, "um país extraordinário" em que "só às vezes, era fazer um bocadinho um esforço mais, aquela ‘extra-mile’ a mais, para chegarmos um pouco mais longe".

Questionado se o que vai dizer é aquilo que o Presidente da República (PR) quer, mas não pode dizer, João Miguel Tavares desata-se a rir e desabafa que "para quem conhece este Presidente, há muito poucas coisas que ele não pode dizer", acrescentando que não conhece "nenhum Presidente que tenha dito tantas coisas e que tenha uma abertura tão grande nesse aspeto à liberdade de expressão".

O comissário das comemorações do dia de Portugal termina esta parte da conversa dizendo que "o senhor Presidente da República diz bastante mais do que qualquer outro Presidente da República que o antecedeu", assumindo que o discurso que fará "há-de ser diferente da do senhor PR", refletindo aquilo que são as preocupações do jornalista, uma visão para "um Portugal melhor".

Sendo natural de Portalegre, essa visão faz-se a partir do interior? Nada de mais errado, conclui João Miguel Tavares, que não faz "essa separação – aliás, é um dos problemas de Portugal é haver essa separação tão clara", relembrando as suas origens, uma cidade que diz adorar, onde ainda vive a família e onde vai "com uma enorme frequência".

O jornalista considera esta "uma cidade fantástica, que é uma pena que uma qualidade de vida destas não tenha um maior reflexo em termos de presenças, em termos de investimento, em presença de quadros", mas não, não fará "um discurso virado para Portalegre", será "o discurso do dia de Portugal e, portanto, é um discurso virado para Portugal".

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  • Domingos Rita
    10 jun, 2019 Galegos-Marvão 12:52
    Já admirava o João Miguel Tavares, pela sua inteligência, frontalidade e coragem, mas depois do discurso que acabou de proferir em Portalegre e no qual me revejo a 100%, só tenho que agradecer ao JMT ter feito o discurso que nunca havia sido feito e ter para além de defender o povo comum, ter tido a coragem de não incluir os políticos como parte de solução mas sim do problema. Bem hajas JMT por me teres representado como Portalegrense e como Português. Sou um representante anónimo do povo com 68 anos de idade e que tendo participado como militar na revolução de Abril, e que já tinha perdido a esperança de ver finalmente um representante do Real povo português a discursar no 10 de Junho.
  • Otávio Augusto Gomes
    10 jun, 2019 Lisboa 11:45
    E que GRANDE discurso deste exemplar cronista portalegrense! Para reflectirmos todos sem excepção em prol não só de um Portugal mas de um mundo melhor*
  • Professor
    10 jun, 2019 5 de out 10:06
    Uma coisa que ele não pode dizer ou fazer, é apontar para um cartaz duma manifestação de professores a reclamarem a reposição do tempo de serviço e em tom trocista, dizer: "... 9, 4, 2, só faltam mais 3 números para termos um número de telefone ..." . Ele e o costa pensam certamente que tudo acabou e eles ganharam. E gozam. Pois que gozem enquanto podem. Só estamos a reagrupar. Em 7 de Outubro recomeça a festa, mas desta vez com outros métodos e com o resto das carreiras especiais, juntos na luta. Espera pela pancada, oh afectos...

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