29 mai, 2019 - 09:00 • Lusa
Os médicos do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) vão estar em greve durante dois dias no mês de junho, anunciou o Sindicato Independente dos Médicos (SIM).
Esta paralisação deve-se ao cancelamento pela secretária de Estado de uma reunião que esteve agendada para o passado dia 23 de maio, no Ministério da Justiça, à aprovação em Conselho de Ministros de uma proposta de lei sem audição prévia dos sindicatos e ao impasse coletivo entre sindicatos, INMLCF e Ministério da Justiça.
Entre as causas estão ainda as recentes denuncias da Ordem dos Médicos a propósito das "múltiplas insuficiências da Medicina Legal".
"A carreira congelada, o êxodo dos médicos e o envelhecimento daqueles que resistem às contrariedades têm mantido a situação laboral precária para os remanescentes, bem como a dependência do INMLCF relativamente a contratos de avença com peritos médicos externos, com os inerentes custos acrescidos para o Ministério da Justiça", escreve o SIM, em comunicado.
Em declarações à Lusa, o secretário-geral do SIM, Jorge Paulo Roque da Cunha, especificou que a greve será na última semana de junho, não ocorrerá nem à segunda-feira nem à sexta-feira e que os dias serão agora acertados com a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), com quem o SIM se reunirá esta semana.
Na nota, o sindicato diz ainda que irá promover reuniões de esclarecimento sindical em Lisboa, Coimbra e Porto.
A estrutura sindical apela ainda à ministra da Justiça para que o receba, evitando "a perturbação que uma greve acarreta".
No comunicado, o SIM lembra que "há vários anos tem alertado para a gravíssima situação dos médicos do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses" e que, por quatro vezes, solicitou uma reunião com a ministra da Justiça e, por três vezes, foi remetido para a secretária de Estado que, "distribuindo simpatia, não apresentou soluções".