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Conferências do Estoril

Três dezenas de ativistas em protesto contra presença de Sergio Moro em Portugal

28 mai, 2019 - 18:53 • Agência Lusa

"Moro representa um Governo que é contra tudo aquilo que os brasileiros conseguiram conquistar nos últimos anos depois da queda da ditadura militar.”

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Cerca de três dezenas de pessoas manifestaram-se esta terça-feira à tarde, em Carcavelos, concelho de Cascais, contra a presença do ministro da Justiça brasileiro, Sérgio Moro, nas Conferências do Estoril e repudiando o atual Governo no Brasil.

“Esta manifestação pretende demonstrar o nosso repúdio contra aquilo que Moro representa. Moro representa um Governo que é contra tudo aquilo que os brasileiros conseguiram conquistar nos últimos anos depois da queda da ditadura militar”, afirmou aos jornalistas Pedro Teles, um dos elementos do movimento de cidadãos que organizou o protesto.

Ao falar junto à entrada do ‘Campus’ da Nova School of Business and Economics (SBE), Pedro Teles considerou que o Governo de Jair Bolsonaro tem “demonstrado que não é capaz de governar e que está a levar o Brasil para um buraco ainda maior”.

Um buraco que segundo Pedro Teles se tem agravado com todas as políticas que “são completamente contra os direitos das pessoas, as liberdades das pessoas e a vida das pessoas”.

Pouco antes da hora prevista para a chegada de Sergio Moro para um debate nas Conferências do Estoril, duas dezenas de pessoas concentraram-se junto da entrada da Nova SBE, mas foram afastados pela PSP para junto da estrada que liga Carcavelos à Avenida Marginal.

“Afasta de mim este Moro, pá”, cantaram os manifestantes, que, entretanto, aumentaram em mais uma dezena que se encontrava numa outra entrada do ‘campus’ universitário, onde até quarta-feira decorrem as conferências organizadas pela Câmara de Cascais.

Uma placa toponímica, em cartão, com o nome de Rua Marielle Franco, ativista assassinada no Brasil, cartazes e ‘t-shirts’ em defesa de “Lula Livre”, pela libertação do antigo Presidente brasileiro, ou uma bandeira do Veganismo Antifascista foram alguns dos adereços usados pelos manifestantes.

Para Pedro Teles, o ex-juiz - agora ministro - Sergio Moro, que participou no julgamento da operação “Lava Jato”, que levou à condenação de Lula da Silva por corrupção, “devia ter vergonha de aparecer em Portugal” e “num país democrático”.

A atual política do Governo de Jair Bolsonaro “só vai destruir mais a vida das pessoas e acabar com todas as conquistas que o povo brasileiro conseguiu fazer nos últimos 20 anos”, apontou.

Outra participante no protesto de movimentos brasileiros e portugueses, Maria Magdala, há 12 anos em Portugal, considerou que a iniciativa já teve êxito quando a comunicação social noticiou a existência de uma carta aberta, com 3.400 assinaturas, contra a presença de Moro e a política de Bolsonaro.

A ativista admitiu que a situação política no Brasil está a provocar a emigração de “brasileiros de todas as classes sociais”, incluindo para Portugal, mas que acabam por encontrar algumas “barreiras” à chegada ao país.

O protesto contra a presença do ministro da Justiça brasileiro em Portugal foi promovido por vários movimentos, entre os quais o Coletivo Andorinha - Frente Democrática Brasileira de Lisboa.

Em carta aberta, o 'Coletivo Andorinha' destacou que Moro pertence ao Governo que é "contra a democracia, contra as mulheres, contra a educação, a ciência, e o ambiente, contra os povos indígenas, a cultura afro-brasileira, e contra os homossexuais".

Sergio Moro ficou conhecido por ter sido o juiz responsável pelos processos da operação "Lava Jato" em primeira instância e por ter condenado e levado à prisão por corrupção o antigo Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores.

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