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Europeias 2019

PS pinta país de rosa. Pior derrota de sempre para o PSD. CDU fica à frente do CDS, que empatou com o PAN

26 mai, 2019 - 22:04 • Joana Azevedo Viana , Cristina Nascimento

Os 21 assentos alocados a Portugal já estão distribuídos. Quase 70% de abstenção põe Portugal em sentido oposto à maioria dos Estados-membros. PS e Bloco são os grandes vencedores da noite eleitoral, a par do PAN, que entra pela primeira vez no Parlamento Europeu.

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Nunca o Partido Social Democrata (PSD) teve um tão fraco desempenho eleitoral em Portugal -- e não só em europeias. Conquistando cerca de 22% dos votos, percentagem correspondente a menos de 800 mil eleitores, ficou em segundo lugar nas eleições de domingo, o que se traduz em seis assentos no Parlamento Europeu, confirmou esta segunda-feira Secretaria-Geral da Administração Interna.

Os outros grandes derrotados da noite foram o CDS e a CDU: tanto os democratas cristãos como a coligação dos Comunistas e Verdes perderam mandatos em relação à última legislatura.

O CDS só conseguiu eleger o cabeça de lista Nuno Melo, naquele que também terá sido o pior resultado de sempre do partido em eleições europeias (6,2%, pouco mais de 200 mil votos). A CDU mantém João Ferreira como eurodeputado, juntando-se a ele o segundo nome da lista, Sandra Pereira.

Com a totalidade dos votos contabilizados esta segunda-feira, faltando apenas contar os resultados eleitorais em sete consulados (menos de 100 eleitores), o Ministério da Administração Interna (MAI) confirmou esta segunda-feira que os mais de 220 mil votos na coligação entre o PCP e o partido ecologista Os Verdes valeram à CDU dois assentos no Parlamento Europeu, à frente do único lugar conquistado pelo CDS.

O Partido Socialista (PS), um dos grandes vencedores destas europeias, alcançou nove mandatos graças aos 34% de votos e à elevada abstenção, que rondou os 70%. Ao todo, mais de um milhão de eleitores votaram PS.

Em terceiro lugar, a seguir ao PS e ao PSD, surge o Bloco de Esquerda com dois eurodeputados eleitos. O partido de Catarina Martins atingiu quase 10%, cerca de 320 mil votos.

De forma inédita, confirma-se a entrada do Partido Pessoas Animais e Natureza (PAN) no Parlamento Europeu com um assento conquistado (5% dos votos, mais de 160 mil votos). Francisco Guerreiro ruma a Bruxelas, sendo que o PAN vai intregrar o grupo dos Verdes.

Segundo a informação disponibilizada no site da Secretaria-Geral da Administração Interna, os níveis de abstenção fixaram-se perto dos 70%, colocando Portugal no pódio de Estados-membros com mais fraca participação eleitoral nestas europeias, em sentido oposto à maioria dos restantes Estados-membros.

A taxa de abstenção de 68,6% é a mais alta de sempre em eleições em Portugal, ultrapassando a registada nas europeias de 2014 - que já tinha sido a mais elevada - e até a verificada no referendo à Interrupção Voluntária da Gravidez, em 1998, em que a abstenção foi de 68,1%.

No entanto, em termos absolutos, o número de votantes terá sido superior ao registado em 2014, com mais de 30 mil eleitores a votar nas europeias de domingo, de acordo com os dados apurados pela Direção-Geral da Administração Interna.

Na liga dos primeiros dos últimos está o Aliança. O partido de Santana Lopes não conseguiu eleger o cabeça de lista Paulo Sande, tendo recolhido cerca de 56 mil votos. A ela seguiu-se o Livre, também sem eurodeputados eleitos.

Os votos brancos e nulos somados representam 6,98% dos votos. Se representassem um partido, seriam a quarta força partidária.

[Atualizado às 14h de 27 de maio]

Comentários
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  • Carlos Galapito
    28 mai, 2019 Lisboa 10:29
    CDS, atrás do PCP e não há consequências !!? Cristas não se demite ? Nuno Melo ainda não percebeu que o CDS não pode ter como Programa para Portugal o Romance da Operação Marquês. Isso já não dá votos... O Nuno Melo falou tanto de Sócrates que quase deu a ideia que é amigo dele .... :-)
  • Anónimo
    27 mai, 2019 21:27
    A direitalha foi derrotada e bem derrotada.
  • Cidadao
    27 mai, 2019 Lisboa 18:22
    O PSD e o CDS têm de vir a público com algo mais que limitarem-se a criticas estéreis sobre casos pontuais. Têm de vir a público com uma alternativa real e que não seja a porcaria que sopra de Bruxelas e que só trouxe sacrifícios quando nos tornaram o tubo de ensaio de políticas que falharam em todo o lado. Regressem às vossas matrizes ideológicas e portem-se como tal. E sobretudo, deixem de cair em todas, que o Costa vos estende.

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