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Protesto pelo ambiente. Jovens cantam, fazem silêncio e pedem “emergência climática”

24 mai, 2019 - 16:09 • Cristina Nascimento

Bebés, famílias, jovens, alunos e professores desfilaram do Marquês de Pombal à Assembleia da República, num protesto global de apelo a medidas urgentes. “Não há planeta B” foi das frases mais ouvidas.

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Viu-se de quase tudo na manifestação desta sexta-feira, a segunda desta natureza em menos de meio ano. Os jovens cantaram, dançaram, fizeram silêncio, tocaram instrumentos, deitaram-se na calçada e correram rua fora. Tudo serviu para dar voz às preocupações de quem vê o seu futuro em risco.

Na escolha entre ir às aulas ou à manifestação, Bernardo, estudante de 17 anos em Lisboa, não hesitou: “Mais vale faltar às aulas do que me faltar o futuro”, disse à Renascença enquanto caminhava pela Rua Braancamp.

Foram milhares as pessoas que, por volta das 10h da manhã, se reuniram no Marquês de Pombal, em Lisboa. Algum tempo depois, começava o desfile, marcado por uma multiplicidade de cartazes, todos com ar caseiro. “Não há planeta B”, “Tenho um sonho: Salvar o Tejo”, “Catástrofe Iminente, Ação Urgente” foram alguns dos slogans escolhidos.

No meio do Marquês de Pombal surge uma cara conhecida, a do ambientalista da Zero, Francisco Ferreira. “Esta é das maiores manifestações em Portugal relacionadas com o clima em que eu estou a participar”, revela. “É uma prova de que os jovens têm causas e que estão a levar essas causas a sério.”

Ainda assim, Francisco Ferreira tem um olhar agridoce sobre o futuro. “Estamos em bons tempos, mas também é por causa da urgência que este tema agora tem e que cada dia que passa nos apercebemos melhor.”

Entre quem desfila está uma família de cinco: pai, mãe e três crianças pequenas. São de Cardiff, no País de Gales, mas há mais de 10 anos que moram em Portugal. Os mais novos fizeram cada um o seu cartaz e explicam o que desenharam: “São fábricas que poluem."

Com 8 anos, Nathaniel, o mais velho, diz que os problemas ambientais o preocupam, embora os seus amigos na escola “nem sempre queiram saber disso”.

A bom passo, a massa de pessoas chega ao Largo do Rato, junto à sede do Partido Socialista. A organização pega no megafone e pede a todos que cumpram um minuto de silêncio. Cumprida essa pausa, irrompem em gritos: “emergência climática já, emergência climática já”. É por aqui que encontramos outra jovem de 17 anos. Marta lamenta “que nem todas as pessoas estão sensibilizadas para esta causa e só poucas percebem o quão grave isto é”.

A manifestação segue depois pela Rua de São Bento. Aqui ouviram-se vozes de desagrado por parte de alguns lojistas. “Então acham que assim conseguem alguma coisa pelo clima”, questionava a funcionária de uma loja, insatisfeita pela perturbação na rua.

Já passava do meio-dia quando o desfile chegou ao seu destino final, a Assembleia da República. Com algum aparato policial, os manifestantes encheram o largo a tempo de ver descer pela escadaria alguns deputados do Bloco de Esquerda, do PCP e d’O Partido Ecologista Os Verdes, os únicos que vieram cá fora falar a quem reclama mais intervenção política para salvar o planeta.

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