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Realojamento em Loures devia ter sido feito antes do incêndio, diz proprietário dos terrenos

23 mai, 2019 - 17:12 • Lusa

O presidente da Empordef, proprietária do antigo paiol em Loures, está disponível para colaborar com a Câmara Municipal em encontrar uma solução para a comunidade que vive ilegalmente no terreno.

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O realojamento das 37 pessoas que no domingo ficaram desalojadas apos o incendio no antigo paiol em Loures deveria ter sido feito antes da tragedia, diz o presidente da Empordef, a empresa do Estado que é proprietária das instalações onde vivem ilegalmente as 14 famílias.

Apesar de manifestar disponibilidade para ajudar a encontrar soluções para estas pessoas, Marco Ferreira lembra as várias reuniões com a Câmara de Loures que não trouxeram qualquer resultado.

“Não sabemos em que condições as pessoas lá estavam. Só sabemos que não eram as ideais e que teria sido preferível haver condições para as realojar muito antes de haver o incêndio. Não havendo condições para as realojar, a Câmara terá de procurar consegui-las e nós estamos disponíveis para fazer parte desse processo, colaborando com a Câmara Municipal.”

O terreno, que segundo a Renascença apurou vale 85 mil euros, tem edifícios, armazéns e barracões que estão a ser usados para habitação. Marco Ferreira diz não saber em que condições vivem estas 37 pessoas naquele terreno, nem mesmo se têm luz ou água.

“Não lhe posso dizer se havia ou não, providenciado por nós não, porque não somos senhorios de quem ocupa ilegalmente terrenos nossos”, diz Marco Ferreira.

“Não sabíamos quantas pessoas estavam. Quem faz o levantamento do número de famílias é a Câmara Municipal. Nós sabíamos que havia um núcleo de ocupação ilegal e sempre fomos perguntando pelas opções que haveria se fosse necessário terminar com a ocupação ilegal, se haveria forma de realojar as pessoas rapidamente e de forma digna”, conclui o presidente da Empordef.

Câmara critica falta de resposta do Estado

Já a Câmara Municipal de Loures criticou, também esta quinta-feira, a "ausência de resposta" das instituições do Estado no realojamento das famílias, apelando a que seja encontrada uma solução transitória.

Desde o incêndio as famílias pernoitam num ginásio do quartel dos Bombeiros Voluntários de Sacavém.

"O nosso apelo é para que seja encarada esta situação como ela é, de emergência, que seja encontrada uma solução transitória, com dignidade, para estas pessoas, para que possamos, com tempo, trabalhar no realojamento delas em habitações definitivas", declarou o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, em declarações aos jornalistas, no âmbito de uma visita às famílias desalojadas.

Além do apoio aos desalojados, o autarca de Loures reclamou uma resposta "no realojamento e na desocupação de todo o paiol", uma vez que permanecem 15 famílias (29 pessoas) a viver em habitações precárias.

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