23 mai, 2019 - 13:59 • Susana Madureira Martins
Foi logo no primeiro ponto do dia, a Santa Casa da Misericórdia da Amadora, que Paulo Rangel voltou a ser interpelado pelos jornalistas sobre as sondagens que dão o PSD atrás do PS.
O cabeça-de-lista não se admira que lhe façam perguntas sobre isso e, questionado se deita ou não a toalha ao chão – ou seja, se se resigna ou não às previsões – é taxativo: nunca atirou nem vai atirar.
“Até pelo contrário: se ela estiver no chão", vai "lá buscá-la" e traz "para cima", garantiu.
A pergunta dos jornalistas prende-se com o facto de, em todos os comícios, o cabeça-de-lista socialista, Pedro Marques, falar várias vezes "numa grande vitória do PS" no domingo. Foi o caso de quarta-feira à noite, em Setúbal. Pedro Marques usou essa expressão, pelo menos, três vezes.
Na Amadora, onde Paulo Rangel visitou a zona de cuidados continuados e o lar da Santa Casa, o candidato social-democrata respondeu com um ditado: "presunção e água benta cada um toma a que quer".
O candidato do PSD ao Parlamento Europeu garantiu que está "confiante, rigorosamente confiante" que o partido "está em condições de ganhar as eleições", salientando que foi sempre a "fórmula" que usou perante o eleitorado, e que os sinais que tem "seja na rua, seja na mobilização de militantes, são muito positivos".
E "olhe que tenho bastante experiência", rematou.
Gás, portanto, Rangel não perde. Logo a seguir a estas declarações, meteu-se no metropolitano e viajou da Amadora-Este até à Baixa-Chiado. À hora da viagem já não havia muita gente nas carruagens – eram por volta das 11h30. A hora de ponta tinha passado e foi distribuir folhetos e canetas a anónimos sem dar muita conversa.
O candidato falou, sobretudo, com o vice-presidente do partido Castro Almeida e durante a viagem acabou por ouvi comentários agressivos de um homem que criticou os políticos em geral, referindo que "querem todos é tacho", com Rangel a manter-se muito calmo.
Acabada a viagem até ao Chiado, altura para o almoço habitual de fim de campanha na cervejaria Trindade, com um revés. Afinal, Francisco Pinto Balsemão, ex-líder do PSD, já não ia ao almoço como previsto, por estar doente. E o próprio presidente do partido, Rui Rio, também não apareceu e a caravana estava a contar com isso.
Um revés para o cabeça-de-lista, que tinha acabado de falar com os jornalistas a desafiar o candidato do PS, Pedro Marques, a convidar ex-líderes socialistas para os comícios. "António José Seguro, por exemplo", uma ideia que já vem, de resto defendendo, questionando-se se o PS se "estará a tornar um partido unipessoal".
Em alternativa, o PSD teve neste almoço Fernando Negrão, o líder parlamentar social-democrata, que apontou baterias ao Bloco de Esquerda e ao PCP e, claro, ao PS, a quem "falta convicção, competência e diligência para ser um membro de facto da União Europeia e basta olhar para a lista e começando pelo cabeça de lista, Pedro Marques".
Segue-se a também habitual descida do Chiado, em pleno centro de Lisboa, onde grassam os turistas e menos portugueses eleitores.