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Visto de Bruxelas

Contas feitas, quem ganha mais com o Portugal 2020?

16 mai, 2019 - 13:05 • Pedro Caeiro

Esta semana falamos de fundos comunitários e olhamos para o debate entre os candidatos ao posto mais importante da nova legislatura: o de presidente da Comissão Europeia. Weber, Timmermans ou Vestager, um deles vai suceder a Jean-Claude Juncker.

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Visto de Bruxelas (16/05/2019)

Fundos do Portugal 2020: como foram aplicados?

Esta semana, os jornalistas Marília Freitas e Rui Barrosfizeram contas ao dinheiro que Bruxelas foi disponibilizando no atual quadro de apoio, na ordem dos 25 mil milhões de euros.

Desses, 20 mil milhões já têm como destino milhares de projetos aprovados, mas, para já, só foram transferidos quase oito mil milhões de euros, ou seja, 30,6% do valor programado no Portugal 2020.

Em março deste ano, Portugal era o quarto país com mais dinheiro transferido pela Comissão Europeia, apenas abaixo da Polónia, França e Itália. Na análise feita pela Renascença, de entre os 308 concelhos do país, o Funchal foi o que mais projetos viu aprovados no Portugal 2020. Foram mais de 2.052 os projetos, num valor que ultrapassou os 317 milhões de euros. O Porto ocupa o segundo lugar do pódio, com 1.926. Com menos mil projetos do que o Funchal, Lisboa está no terceiro lugar. A capital tem 1.017 projetos aprovados no Portugal 2020. Coimbra e Braga completam o "Top 5". No outro lado da tabela, surge o Corvo, com 16 projetos aprovados, seguido dos concelhos Lajes das Flores e Sardoal, com 23 projetos cada.

Apesar de ser o segundo a ter mais projetos, o Porto é o que mais dinheiro recebe: 1.200 milhões de euros provenientes dos fundos do Portugal 2020. No segundo posto dos municípios que mais fundos europeus recebem está Braga (731 milhões de euros). Vila Nova de Gaia, Guimarães e Coimbra completam a lista dos cinco municípios que mais fundos receberam. O fundo da tabela é ocupado por dois concelhos da costa Norte da ilha da Madeira: São Vicente e Porto Moniz, que receberam pouco mais de 5 milhões de euros cada, seguidos de Monforte, Alpiarça e Sardoal, com pouco mais de 10 milhões de euros cada.

Candidatos à sucessão de Juncker debatem o futuro

A corrida ao lugar ainda ocupado pelo luxemburguês Jean-Claude Juncker apresenta seis nomes, mas três têm mais peso político. E, esta semana, debateram as ideias que têm para o futuro da União Europeia, No entanto, curiosamente, foi ao falar do nosso país que o debate mais aqueceu. Foi a propósito de Portugal e dos anos da austeridade. O alemão Manfred Weber, candidato do Partido Popular Europeu (PPE) à presidência da Comissão Europeia, foi o primeiro a referir o país, ao dizer que quando esteve no Porto se encontrou com jovens estudantes que lhe disseram que “o que pedem antes de tudo não é um salário mínimo que é uma das propostas dos socialistas. O que a jovem geração pede é emprego, empregos bem pagos e bons salários para poderem estabelecer família. É por isso precisam de boas políticas económicas para criar esses empregos.”

Na resposta, o candidato socialista Frans Timmermans falou no Primeiro-ministro português para dizer que, quando está em Portugal, “os jovens portugueses dizem-me que quando o António Costa apresentou planos para criar mais justiça social, criar mais crescimento económico - e a Comissão Europeia lhe disse para avançar -, o Manfred Weber disse Não! Castiguem Portugal! Castiguem Portugal!”.

Por seu turno, o candidato do PPE lembrou também que vários socialistas ocuparam nos últimos anos cargos europeus de relevo. E disse que todos devem assumir a sua responsabilidade. Já o candidato socialista disse que o fim da austeridade permitiu mais emprego e crescimento económico em Portugal

Este foi um debate com seis candidatos à presidência da Comissão Europeia que permitiu verificar algumas diferenças, mas também vários pontos em comum - a preocupação com o populismo e o nacionalismo, a necessidade de combater as alterações climáticas, de partilhar responsabilidades na política migratória ou de taxar as grandes empresas do digital, como afirmou a candidata do grupo liberal, Margrethe Vestager: “Prescisamos de duas coisas: precisamos de taxar o digital porque há muitas companhias que escapam, enquanto que muitas outras companhias pagam impostos. Isto é injusto. Segundo, precisamos de impor um limite mínimo à taxação das empresas caso contrário será uma corrida para o fundo. Precisamos que as empresas contribuam para as sociedades onde fazem muito bons negócios”, afirmou a actual comissária europeia.

O debate contou ainda com os candidatos dos Verdes, da Esquerda e dos Conservadores com menos possibilidades de chegarem à presidência da Comissão. Segundo os analistas, acabou por ser um debate morno, sem grandes ideias mobilizadoras para o futuro.

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus

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