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Lito Vidigal

Boavista resistiu com qualidade e o estádio cheio ajudou

22 mai, 2019 - 12:45 • Sílvio Vieira , Inês Braga Sampaio

Entrevista de Lito Vidigal à Renascença. O treinador pegou no Boavista abaixo da linha de água e terminou no 8.º lugar. Fim de época em alta não deve provocar ilusão nos adeptos. Europa é objetivo "perigoso e imaturo".

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"Boavista resiste" foi a inspiração de Lito para um final de época notável
"Boavista resiste" foi a inspiração de Lito para um final de época notável

"Boavista resiste" foi a mensagem que inspirou Lito Vidigal na reta final do campeonato. O treinador chegou ao Bessa, após a 19.ª jornada, sucedendo a Jorge Simão, com o clube abaixo da linha de água. O clube terminou no 8.º posto e se o treinador tivesse de resumir o que aconteceu numa frase escolheria aquele que "lia todos os dias, depois de acordar, a caminho do treino". "Passava por baixo de um viaduto e tinha uma frase escrita: 'Boavista resiste'".

Numa explicação mais sustentada, Lito, em entrevista à Renascença, sublinha que "foi extremamente difícil" e que a união entre todos foi fundamental para que acontecesse o que aconteceu. "Felizmente, os resultados apareceram, fruto do trabalho de todos. Tornámos o Boavista uma família que foi abraçada pelos adeptos. Foram pacientes e isso deu força aos jogadores", reconhece, atribuindo mérito ao público que regressou em força ao Bessa, com assistências a rondar os 20 mil espectadores.

Europa é objetivo perigoso

A reta final de época, com nove vitórias em 15 jogos, faz com que os adeptos sonhem com o regresso do "Boavistão", mas Lito trava a euforia. Pensar, por exemplo, em candidatar o clube a uma posição de acesso à Liga Europa é, na opinião do treinador precoce.

"Acho até perigoso candidatar o Boavista a uma posição europeia. A época foi muito difícil e convém mantermos os pés bem assentes no chão. Seria imaturo pensar dessa forma", avisa o treinador que tem mais um ano de contrato com os axadrezados.

"Boavista a pensar na Europa é perigoso e imaturo", defende Lito Vidigal
"Boavista a pensar na Europa é perigoso e imaturo", defende Lito Vidigal

Manter Yusupha

Lito assume, nesta entrevista à Renascença, que o plantel do Boavista precisa de ajustes para a próxima época e assume que gostaria de contar com Yusupha. O avançado gambiano terminou a temporada em grande, com três golos, nos últimos quatro jogos.

"É um jogador que interessa manter, mas o clubes de futebol também têm de olhar para o aspeto financeiro. Ele acrescentou muito e gostava que ficasse", admite. Yusupha teve contrato assinado com o Stade Reims, no início da temporada anterior, mas não foi para França, por ter falhado os exames médicos. No próximo defeso será, certamente, um nome a ter em conta.

As expulsões

Lito está há sensivelmente quatro meses no Bessa e neste curto período foi expulso por duas vezes e falhou três jogos, por castigo. O treinador entende que a maior parte das vezes que foi expulso não fez nada para ser expulso.

"Creio que há demasiadas expulsões de treinadores e dirigentes. Talvez se deva a autoridade a mais, até porque a maior parte das vezes os treinadores gesticulam, ou mostram algum desagrado. Faltas de educação é que devem ser punidas", conclui.

Lito Vidigal, de 49 anos, tem contrato com o Boavista até ao final da próxima temporada. Levou o clube a terminar no 8.º posto da I Liga, depois de ter começado a época no Vitória de Setúbal.

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