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Europeias 2019

“Portugal andou a financiar a ciência dos ricos”, diz João Ferreira

21 mai, 2019 - 14:31 • Pedro Filipe Silva

Cabeça-de-lista da CDU recebeu o apoio de 150 investigadores e docentes na Universidade de Lisboa e aproveitou para criticar o anterior quadro europeu para a investigação.

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João Ferreira conhece bem os problemas dos investigadores e, no Parlamento Europeu, tem-se batido pela melhoria dos mesmos. Foi isso que o cabeça-de-lista da CDU às europeias quis mostrar, esta terça-feira de manhã, aos investigadores e docentes que decidiram apoiar os comunistas.

Dos 150 apoiantes, pouco mais de 10 marcaram presença no edifício da reitoria da Universidade de Lisboa. João Ferreira centrou a intervenção no quadro europeu para a investigação: o “Horizonte Europa”.

O eurodeputado e recandidato ao hemiciclo de Estrasburgo começou por recordar que, no último quadro comunitário plurianual, Portugal contribuiu mais do que recebeu.

“Por cada euro que Portugal meteu neste programa, recebeu pouco mais de 80 cêntimos. Portugal andou a financiar a ciência dos ricos”, criticou.

Quanto ao atual quadro comunitário, João Ferreira diz acreditar que está a correr melhor, mas que não tem certezas porque ainda não recebeu respostas do comissário Carlos Moedas, que tutela a pasta da ciência.

“Pedimos informações precisas sobre a execução deste programa ao comissário da Ciência, atual mandatário do PSD, e não obtivemos qualquer resposta. Perguntámos enquanto eurodeputados ao Parlamento Europeu. Aproveitamos para deixar o desafio ao comissário europeu Carlos Moedas que nos dê conta dos números de execução do programa quadro de investigação”, rematou.

João Ferreira sublinhou ainda que este programa tem contribuído para uma divergência. O candidato exige, por isso, que haja convergência e uma aproximação dos países mais avançados aos mais recuados na área da ciência.

João Ferreira recordou que, neste cenário, os eurodeputados da CDU intervieram na discussão da regulamentação do fundo para ciência. “Apresentámos uma proposta para garantir uma alocação mínima por país. Países como Portugal, que à partida têm maiores dificuldades face a outros em ir captar recursos, que tivessem aquilo que até este momento não existe, que é a tal alocação mínima garantida”.

Por isso, deixou também um desafio ao Governo: “na negociação do quadro financeiro plurianual que está em curso, que olhe não apenas para os montantes globais do envelope que Portugal vai receber, mas também para as formas que temos para ir buscar mais recursos a programas que não têm alocação prevista pelo Estado-membro, aos quais se acede numa base puramente competitiva”, sublinhou.

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