Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Europeias 2019

André Ventura quer a extrema-direita espanhola a seu lado na campanha

17 mai, 2019 - 22:33 • Redação com Lusa

Líder da coligação Basta vai ter, "em princípio", diz, uma reunião em Madrid com dirigentes do Vox. "Em termos de ideias, não há dúvidas: se houver algum 'Vox' em Portugal, será o Basta", garante Ventura.

A+ / A-

O cabeça de lista europeu e líder da coligação Basta, André Ventura, disse esta sexta-feira que espera que o partido Vox, da extrema-direita espanhola, possa estar na campanha portuguesa, tendo indicado que "em princípio" os dirigentes se vão reunir.

"Em princípio vamos ter" uma reunião em Madrid, disse André Ventura no final de uma arruada no Cacém, distrito de Lisboa.

O primeiro candidato da coligação Basta às eleições europeias de 26 de maio afirmou que nos próximos dias já terá "mais dados sobre isto, nomeadamente em termos de datas e organização”.

"Não sei se vai ser fácil, mas espero conseguir fazê-lo", disse o antigo autarca do PSD, vincando que "é uma ponte" que quer "muito fazer com o Vox espanhol" e que é necessário "aproveitar esta sinergia entre Portugal e Espanha".

Ventura acredita que também que, mesmo que o contacto entre as duas forças políticas demore algum tempo, ainda haverá tempo para fazerem campanha eleitoral conjunta, notando que "a ideia seria fazer uma ação cá e outra lá", em Espanha.

André Ventura ressalvou que "há uma grande intensidade de agenda" também da parte dos espanhóis, mas salientou que vai tentar "que esse encontro seja possível, porque se houver uma espécie de um Vox português", seria ele.

"Com diferenças muito significativas, mas em termos de movimento, de ideias, não há dúvidas que se houver algum Vox em Portugal será o Chega e [a coligação] Basta", considerou.

Essa reunião vai também ter na agenda a possível constituição de um novo grupo político no Parlamento Europeu.

"Nós estamos em contacto com várias forças internacionais, nomeadamente com o Vox e também com a Liga italiana, estamos a tentar fazer essas pontes", informou André Ventura, vincando que o objetivo "é que se consiga articular na Europa, em termos de estratégia europeia, um conjunto de grupos" que defendem o mesmo tipo de valores.

"Vamos ver se após as eleições europeias conseguimos ter um grupo que consiga, pelo menos, fazer a diferença no Parlamento Europeu, fazer mossa a este sistema", advogou, notando, porém, que "tudo está em aberto neste momento".

Por isso, notou, "há várias possibilidades em cima da mesa, com um grupo que já existe ou criar um novo a partir do zero", dado que Ventura diz que não vai integrar o Partido Popular Europeu porque "voltar ao mesmo não fazia sentido".

Questionado se o grupo agregará partidos de extrema-direita, o cabeça de lista da coligação Basta (que junta o PPM ao PPV/CDC, e conta com o apoio do Basta e do movimento democracia 21) recusou esta ideia, rejeitando, por exemplo, que a Liga se encontre neste espetro.

"Será que alguém defender a castração química de pedófilos é ser de extrema-direita?", questionou André Ventura, respondendo de seguida: "eu acho que não é".

Dezena e meia de dirigentes e apoiantes da coligação Basta participaram hoje numa arruada no Cacém, que durou cerca de uma hora, e onde a maioria das pessoas abordou André Ventura para lhe falar do Benfica.

"Tínhamos de vir à linha de Sintra, uma das zonas onde os problemas de criminalidade são maiores, uma das zonas onde os problemas de inclusão também são maiores, e onde as pessoas sentem o peso deste Estado ladrão que temos hoje", afirmou o cabeça de lista, defendendo que não é possível "fazer sempre campanha nos mesmos sítios, que são mais confortáveis".

"Temos que vir aos locais difíceis e este é, sem dúvida, um local difícil e é por isso que eu quis vir pessoalmente aqui", reforçou.

Sobre o facto de as pessoas o reconhecerem pelo espaço de comentário desportivo que tem num canal televisivo, André Ventura salientou que já "estava na televisão antes de ser candidato" e que "é natural" que as pessoas o conheçam desse trajeto.

"Eu tenho separado muito bem as duas coisas, uma coisa é o Benfica, outra coisa são as eleições", assinalou.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • João Lopes
    18 mai, 2019 20:38
    Em Portugal também há extrema esquerda, mas não é politicamente correto falar neles: são o PCP e Bloco de Esquerda ...

Destaques V+