15 mai, 2019 - 19:15 • Redação com Lusa
Milhares de palestinianos manifestaram-se esta quarta-feira na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada para assinalar como fazem anualmente a "Nakba", a “catástrofe” que representou para eles a criação de Israel em 1948.
Em Gaza, as concentrações podiam ser vistas como um teste ao frágil cessar-fogo anunciado há quase duas semanas após a pior onda de violência entre Israel e os grupos armados palestinianos no enclave desde a guerra de 2014.
Em diferentes pontos da Faixa de Gaza, milhares de palestinianos concentraram-se ao longo da barreira fronteiriça fortemente guardada pelo exército israelita.
Segundo a AFP, registaram-se confrontos entre alguns manifestantes e soldados israelitas.
O ministro da Saúde do território controlado pelo movimento radical Hamas deu conta de 65 feridos palestinianos, 16 dos quais a tiro. Mas a mobilização e a violência permaneceram relativamente contidas.
Em 2018, mais de 60 palestinianos foram mortos ao longo da barreira de segurança que separa o enclave de Israel no dia em que se assinalou a "Nakba" e em que foi inaugurada em Jerusalém a nova embaixada dos Estados Unidos em Israel.
O exército do Estado hebreu afirmou que cerca de 10.000 palestinianos de Gaza manifestaram-se hoje, alguns violentamente, ao longo da fronteira. Incendiaram pneus, lançaram pedras e dispositivos incendiários, tendo os soldados ripostado com meios antimotim, adiantou.
Os palestinianos manifestaram-se igualmente na Cisjordânia, a algumas dezenas de quilómetros de Gaza.
Em Ramallah, a capital política do território sob relativo controlo da Autoridade Palestiniana, manifestantes mostraram grandes chaves de papel e pediram o regresso às terras e casas de onde fugiram ou foram expulsos aquando da criação de Israel.
A "Nakba" assinala-se a 15 de maio, um dia depois do da criação de Israel, para lembrar o início do êxodo em massa dos palestinianos do território que passou a constituir o Estado hebreu.
Segundo a ONU, cerca de 700.000 palestinianos fugiram ou foram expulsos durante a primeira guerra árabe-israelita que se seguiu à instauração de Israel em 1948.