12 mai, 2019 - 16:42 • Susana Madureira Martins
Jorge Coelho está de volta. Ou, pelo menos, durante umas horas voltou para socorrer a campanha de Pedro Marques, o cabeça de lista do PS às eleições europeias. Foi o terceiro a discursar, este domingo, num pavilhão industrial à pinha, em Mangualde, num almoço com perto de duas mil pessoas, segundo números da organização.
As críticas centraram-se à direita, mas apenas com um destinatário: Paulo Rangel. Jorge Coelho agarrou em conversas que costuma ter com os seus próprios netos para acusar de infantilidade o cabeça de lista do PSD às eleições de 26 de maio.
"Eles dizem: 'Oh avô, mas porque é que tu és do Sporting? Porque não és do Benfica? O Sporting não presta'. Bem é o que o PSD está a dizer. 'A minha lista é que é boa, a tua não presta'. É um conceito totalmente infantil completamente ridículo e impróprio de alguém que é cabeça de lista de um grande partido como é o PSD", disse o ex-todo poderoso ministro do PS.
Para Jorge Coelho, o que o PSD tem para mostrar "é terem conduzido o país para o desastre", e que em relação à polémica da semana passada em torno dos professores "não pode ter acontecido e ficar tudo na mesma", apelando a que "a direita tem de ser punida no próximo dia 26, tem de levar uma resposta dos portugueses".
Jorge Coelho discursou imediatamente antes de Pedro Marques, o cabeça de lista do PS às europeias a centrar também o seu curto discurso nas críticas a Paulo Rangel, a quem acusa de não ter apresentado uma medida em defesa dos portugueses nos anos como euro-deputado.
"Paulo Rangel é um deputado fake, um deputado que fez um relatório legislativo em cinco anosno parlamento europeu, não lhe conhecemos em dez anos um trabalhao relevante por Portugal, não lhe conhecemos uma acção que tenha melhorado a vida dos portugueses", disse o candidato.
Neste almoço que teve direito a bombos à chegada dos protagonistas ao pavilhão de Mangualde, António Costa foi o último a discursar. O secretário-geral do PS e primeiro-ministro diz que votar no PSD e no CDS é votar em quem quis aplicar sanções a Portugal, referindo-se ao candidato à presidência da Comissão Europeia apoiado pelo Partido Popular Europeu (PPE), Manfred Webber
Costa avisou que nunca perdoará "a quem depois de ter posto Portugal sob o jugo da austeridade ainda nos quis castigar, não, nós não desculpamos, nós não perdoamos, não vamos permitir que o Webber seja presidente da Comissão Europeia".
No almoço estava também presente Frans Timmermans, o candidato dos socialistas europeus à presidência da comissão europeia, e Costa falou muito para ele, afirmando que de Tsipras a Macron "é possível conseguir uma frente progressista que dê aos socialistas força no Conselho Europeu, no Parlamento Europeu e a liderança da Comissão Europeia".
A organização da campanha de Pedro Marques admite que este mega almoço em Mangualde deverá ser o maior em termos de militantes e simpatizantes presentes na campanha oficial, campanha que irá ter a presença quase diária do secretário-geral do PS, António Costa, que deverá mesmo acompanhar o cabeça de lista do partido às regiões autónomas no próximo dia 19.