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Guaidó convoca venezuelanos para novo protesto nas ruas no sábado contra Maduro

09 mai, 2019 - 22:30 • Redação com Lusa

O autoproclamado Presidente interino da Venezuela desencadeou na madrugada de terça-feira passada um ato de força contra o regime de Nicolás Maduro em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular.

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Sábado vai ser mais um grande momento de protestos contra o regime de Nicolás Maduro, anunciou o Presidente interino Juan Guaidó, que acusa o governo de já não governar nem resolver problemas dos cidadãos, mas apenas "perseguir os deputados".

Falando aos jornalistas 17 horas depois da detenção do vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano, na sede do partido Vontade Popular, em Caracas, rodeado de vários deputados da oposição, Juan Guaidó falou para todos os venezuelanos que vivem tempos muito difíceis, para concluir que "o governo de Maduro já não governa".

"Se governasse, procurava resolver os problemas da falta de eletricidade, da falta de alimentos, de medicamentos, de transportes, mas não, só se preocupa em perseguir os deputados da Assembleia Nacional", acrescentou, referindo ser o parlamento o único órgão legitimamente eleito e reconhecido pela comunidade internacional.

"Hoje a única relação dos venezuelanos com o Estado venezuelano é o terror e os subsídios, nada mais", afirmou.
Repetindo que os venezuelanos estão cansados do regime, o autoproclamado Presidente interino falou numa crise sem precedentes e questionou mesmo qual será a linha vermelha desta crise. "Para nós essa linha já passou há muito, o país já colapsou", frisou.

Ao fim do dia de quarta-feira, funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência da Venezuela (Sebin, serviços secretos) detiveram o vice-presidente do parlamento venezuelano, Edgar Zambrano, anunciou o próprio na sua conta da rede social Twitter. "Fomos surpreendidos pelo Sebin, como nos negámos a sair da nossa viatura, usaram um reboque para transportar-nos de maneira forçada diretamente ao Helicoide (prisão do Sebin). Democratas, manteremos de pé a luta", escreveu.

A 3 de maio último o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela acusou o vice-presidente do parlamento de vários crimes, como traição à pátria e conspiração, por ter apoiado uma tentativa de golpe de Estado contra o Presidente do país, Nicolás Maduro. Segundo o Supremo, o deputado opositor Edgar Zambrano é responsável pelos crimes de "traição à pátria, conspiração, incitação à revolta, rebelião civil, associação para cometer delito, usurpação de funções, incitamento público à desobediência das leis e ódio continuado". Estes crimes estão previstos no Código Penal venezuelano e na Lei Contra Criminalidade Organizada e Financiamento do Terrorismo, explicou.

Edgar José Zambrano Ramírez nasceu em Barquisimeto, Venezuela, em 20 de julho de 1955. É advogado e político, sendo atualmente deputado e vice-presidente do parlamento. Entre 2016 e 2018 foi presidente da Comissão Permanente de Defesa e Segurança deste órgão. É, também, vice-presidente do partido opositor Ação Democrática, um dos mais antigos do país.

Na terça-feira, 30 de abril, Edgar Zambrano apareceu publicamente em Altamira (leste de Caracas), junto a Juan Guaidó, e o político opositor Leopoldo López, apelando à população para ir para as ruas com vista a depor o Presidente Nicolás Maduro.

Juan Guaidó, que se apresentou como Presidente interino em janeiro e teve na altura o apoio de mais de 50 países, desencadeou na madrugada de terça-feira passada um ato de força contra o regime de Nicolás Maduro em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular.

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