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Afinal, o dinheiro traz ou não felicidade?

07 mai, 2019 - 15:05 • Ana Rodrigues

A pergunta para um milhão de euros é cada vez mais levantada em todo o mundo e deu o mote para o “Healing Summit 2019”, que decorre pela primeira vez no Algarve.

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Durante dois dias, personalidades da Índia, África do Sul, Japão e Austrália, entre muitos outros países, reúnem-se para debater novas formas de olhar para o dinheiro, procurando distribuí-lo de uma maneira mais justa para que o mundo seja, cada vez mais, um bom sítio para se viver.

“A felicidade não está apenas em ganhar dinheiro”, diz Marina Efraimoglou, uma banqueira grega que, depois te ter ultrapassado um cancro maligno, “começou a ver a vida com outros olhos”.

Na “Healing Summit 2019”, que decorre em Albufeira, no hotel Pine Cliffs Resort, Marina Efraimoglou contou esta terça-feira que a mudança de perceção acabou por levá-la a construir um hotel na Grécia (o Euphoria Retreat), dedicado ao bem-estar e onde o lucro é também distribuído pelos funcionários. Ali, a comunidade local é parte integrante do projeto.

“Wonderbag”, o saco que muda vidas

Há dez anos, Sarah Collins criou um saco de pano onde a comida pode ser cozinhada.

“Com o ‘Wonderbag’, as mulheres africanas fazem as refeições num ¼ do tempo que gastavam, poupando 5 horas por dia e deixando-as mais livres para tarefas produtivas”, explica a criadora.

Além disso, “como cozinham menos tempo nas fogueiras, ficam menos expostas a violações, muito comuns quando as mulheres em alguns países africanos, saem para ir buscar lenha”, adianta a oradora no encontro que decorre no Algarve.

Sarah Collins deseja que o seu “Wonderbag”, que conta com o apoio de organizações não-governamentais, “contribua para empoderar as mulheres, seja em casa africana ou em campo de refugiados, levando-as a usar as suas capacidades para tornar o mundo melhor”.

E admite: “sim é um negócio, porque é mais eficaz do que a caridade e está a fazer mudanças incríveis na vida de muitas mulheres”.

“A minha cidade natal é o planeta Terra”

Fazer a diferença no mundo é um ideal também partilhado pela atriz kosovar, Arta Dobroshi. Conhecida internacionalmente pelo filme “O silêncio de Lorna”, refere à Renascença que a sua experiência enquanto sobrevivente de guerra e refugiada “foi importante para a transformação interior e impulso de procura constante de paz e harmonia”.

A sua nacionalidade, diz, “é a felicidade e a cidade natal, o planeta Terra”.

Segundo Arta, “o medo e a violência dos tempos de guerra no Kosovo não geraram ódio e revolta, apenas mais e mais amor por todos os seres humanos que lutam pela paz em todo o mundo e que são iguais, independentemente de nascerem na Europa ou em África e de, por alguma circunstância, terem de fugir dos seus países para salvarem as suas vidas ou os seus filhos”.A “Healing Summit” aconteceu, pela primeira vez, em 2014 e nunca tinha sido realizada fora da Alemanha. Este ano, Portugal foi o país escolhido.

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