27 abr, 2019 - 20:00 • Liliana Carona
No âmbito da “Operação Embondeiro”, que visa o apoio às vítimas das tempestades que têm assolado a região da Beira em Moçambique, foi lançado, este sábado, em Gouveia, na diocese da Guarda, um livro da autoria do padre missionário Carlos Jacob, cuja venda reverte integralmente para a reconstrução de Moçambique, através dos Missionários de S. João Baptista.
No mesmo dia foi ordenado diácono um jovem moçambicano.
“Em Moçambique apenas 6% da população tem energia elétrica, o livro é um objeto de luxo”, lê em voz alta, o diácono Adelino Mano, para quem o livro que segura nas mãos é “uma obra que desmistifica, é uma revelação da realidade”.
Adelino Manuel Mano, 33 anos, é natural da Zambézia, Moçambique. Depois de um longo percurso formativo chegou a Gouveia em 2012 e hoje foi ordenado diácono. “É uma enorme alegria e felicidade”, assume o jovem, que no mesmo dia assiste ao lançamento do livro do padre missionário Carlos Jacob.
Nas crónicas escritas pelo padre missionário de 59 anos, agora em livro, o recém-ordenado diácono, o moçambicano Adelino Mano, vê a realidade dos seus dias, apesar de estar no Seminário de Gouveia, desde 2012, porque sonha ser padre “aqui ou lá, tanto faz”, sorri.
O livro “Missão em África: Lançar sementes, colher sorrisos’ é uma coletânea de textos referentes à Missão de Marrere do Padre Jacob, padre missionário em Moçambique durante quase duas décadas na província de Nampula. “Este livro é um hino de gratidão. Continuo a ser semeador de esperanças e não estou só. A grandeza do ser humano não está naquilo que se vê, mas no que traz no coração”, afirmou perante a vasta plateia que compareceu na Escola Apostólica de Cristo-Rei, Seminário dos Missionários de S. João Baptista, em Gouveia, para adquirir o livro, que tem o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos.
Paulo Macedo, o presidente da Comissão Executiva, fala sobre este e outros apoios com destino a Moçambique. “Demos uma verba em conjunto com outras duas entidades, de 50 mil euros, depois abrimos contas para as pessoas poderem doar, associando-se ao donativo dos portugueses que já ultrapassou os 3 milhões de euros, e depois através do apoio a este livro, cujas vendas revertem para Moçambique”, enumerou.
Francisco George, da Cruz Vermelha Portuguesa, alerta que Moçambique ainda precisa de ajuda. “Os donativos para Moçambique estão além do que muitos esperavam, mas estão aquém das necessidades, por isso a iniciativa do Padre Carlos Jacob é muito importante. Todos da sociedade civil podem contribuir para a reconstrução da cidade da Beira, é muito importante que a nossa marca em termos de reconstrução fique assinalada de uma forma definitiva”, concluiu.
1500 exemplares estão disponíveis no Seminário de Gouveia. Além da compra deste livro, à venda por 15€, cujo lucro reverte integralmente para Moçambique, há ainda outras formas de ajudar.
Para pôr em prática algumas delas, nem precisa levantar-se da cadeira. “No nosso site, temos a conta onde pode doar, e pode também fazer uma transferência bancária através da sua App”, apelou Paulo Macedo.
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