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Bispo auxiliar de Lisboa estranha “ausência de debate” sobre o futuro da Europa

25 abr, 2019 - 14:26 • André Rodrigues, com Rui Barros

D. Américo Aguiar teme que a falta de debate afaste a população das urnas.

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O Bispo auxiliar de Lisboa, D. Américo Aguiar, diz estranhar a ausência de debate sobre o futuro da Europa a poucas semanas das eleições europeias, acusando os partidos de estarem a fazer “uma campanha de casos” em vez de esclarecer os eleitores.

“Estamos a poucas semanas das eleições e, pessoalmente, não estou esclarecido sobre qual é o posicionamento e o que é que cada partido e candidato quer, efetivamente”, disse o bispo auxiliar de Lisboa, à margem da cerimónia dos 45 anos do 25 de Abril, na Câmara Municipal de Matosinhos, onde também foi homenageado.

Para o também presidente do Conselho de Gerência da Renascença, o facto de a campanha ter sido marcada pela discussão de “incidentes, sobre as pessoas, sobre os lugares, sobre circunstâncias secundárias” leva a que não se estejam a debater ideias, confessando que não se sente “elucidado” pelos partidos e por aquilo que defendem.

Esta forma de fazer campanha, acrescenta Américo Aguiar, pode levar ao crescimento da abstenção no dia das eleições. “Isto pode ser um problema para que as pessoas, no dia, não se sintam motivadas para ir votar”, defende o bispo.

“Não podemos julgar que está garantido o que foi conquistado em abril”

D. Américo Aguiar mostra-se ainda preocupado com a preservação da memória dos valores e das conquistas de abril, principalmente numa altura em que, diz o bispo, este começa a ser encarado pelos mais jovens como apenas um feriado.

“Temo que o 25 de abril comece a ser apenas um rodapé de enciclopédia. A gente vê os jovens no 25 de Abril, no 5 de outubro, no 1º de dezembro ou outra coisa qualquer e é idêntico. É um feriado em que não tem aulas ou que não têm trabalho”, diz o bispo auxiliar de Lisboa.

“Não podemos julgar que está garantido o que foi conquistado em abril e, mais do que isso, aquilo que foi construído durante estes 45 anos”, lembra ainda D. Américo.

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