23 abr, 2019 - 13:17 • Redação
Imagine adormecer em 1991 e acordar em 2018. Foi o que aconteceu a Munira Abdulla, quando tinha 32 anos. Munira sofreu um acidente de carro nos Emirados Árabes Unidos e ficou em estado vegetativo.
O acidente aconteceu em Alaide, quando um autocarro escolar se atravessou à frente do seu carro. O filho, Omar Webair, na altura com quatro anos também seguia no veículo. Ao jornal norte-americano “The National”, conta que a mãe o tentou proteger, abraçando-o.
Webair sofreu apenas ferimentos leves, mas a mãe não teve essa sorte, pois esteve horas sem ser socorrida e teve uma lesão cerebral. Ficou numa espécie de coma, designado “minimamente consciente” – ou seja, um estado recetivo à dor.
Os médicos nunca deram qualquer esperança, mas Omar nunca deixou de acreditar. Ao longo de todo este tempo, Omar Webair caminhava quatro quilómetros para ir ver a mãe ao hospital.
“Eu nunca desisti dela, porque sempre tive a sensação de que um dia ela iria acordar”, afirma ao jornal “The National”.
Durante anos, Munira Abdulla foi transferida para vários hospitais, até que, em 2017, o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohammed bin Zayed, se ofereceu para pagar um tratamento especializado na Alemanha.
Em junho de 2018, um ano após ser internada em “Mafraq”, Webair começou a notar mudanças no comportamento da mãe, que passou a emitir alguns sons. Três dias depois, uma voz chamou pelo nome de Omar e causou “choque” em todo o hospital.
“Era ela! Ela estava a chamar meu nome. Durante anos, sonhei com esse momento e o meu nome foi a primeira palavra que ela disse”, recorda com alegria.
Segundo o neurologista alemão que acompanhou o caso de Abdulla, o principal objetivo dos médicos era “favorecer sua consciência, para que prosperasse dentro de um corpo saudável. A consciência é assim, como uma planta delicada que precisa de um bom solo para crescer”, explica Ahmad Ryll ao mesmo jornal norte-americano.
Munira Abdulla continuou internada no hospital e aos poucos foi ficando mais alerta, conversando e indicando aos médicos onde sentia dor.
Esta terça-feira, dia 23 de abril, passados 28 anos, Omar Webair dá a conhecer ao mundo o regresso da mãe para casa.
“A razão pela qual partilho esta história é para dizer às pessoas que não percam a esperança nos seus entes queridos; não os considerem mortos quando estão em coma”, apelou.