21 abr, 2019 - 13:08 • Redação
O bispo do Porto criticou, neste domingo, as condições de trabalho que afastam os cristãos da celebração eucarística e da vida em família. Na homilia da missa que celebrou na Sé Catedral do Porto, D. Manuel Linda falou numa marca da cultura do mundo ocidental que está a perder-se.
“Esta marca está a perder-se. E a perder-se em detrimento da dignidade pessoal e dos direitos humanos. Pensemos do novo esclavagismo da laboração contínua legalmente imposta pelos novos senhores do mundo que dominam a economia e, por esta, os governos. Pensemos como os critérios dos turnos em setores onde, além da ganância, nada o justifica, a par dos graves transtornos psicológicos do trabalhador e de fracionamento de encontros familiares está a gerar a morte do domingo, o fim dos ritos semanais como os conhecíamos, a abolição dos verdadeiros momentos celebrativos e o fracionamento da família e das relações de amizade”, apontou.
D. Manuel Linda criticou também a abertura dos hipermercados ao domingo, o que, na sua opinião, só acontece nos países de fracos recursos. Segundo o bispo do Porto, estamos a construir uma sociedade virtual e sem laços.
“Está-se a gerar uma civilização fria, sem alma, individualista, sem profundidade de relações e até mesmo sem outros contactos que não sejam o da realidade virtual. Caros cristãos, convoco-vos para esta tarefa urgente de trazer nova alma à nossa cultura, mediante inserção nela da crença profunda na Ressurreição”, criticou.
A homilia de Domingo de Páscoa na Sé Catedral do Porto foi transmitida pela Renascença.