20 abr, 2019 - 14:53 • Redação
A mulher do empresário que desapareceu em Moçambique há três anos lança agora um apelo ao Presidente da República.
“Ele é uma pessoa que conhece muito bem Moçambique e, em conjunto com o seu homólogo moçambicano, terá com certeza toda a capacidade e toda a possibilidade de rapidamente conseguir que o Américo regresse são e salvo a casa”, afirma Salomé Sebastião à Renascença.
A mulher do empresário português lançou uma petição com o nome “Liberdade para Américo Sebastião” e deixa também um pedido aos portugueses.
“Apelo a todos os portugueses que vão ao site Petição Pública que nos unamos em torno desta causa”, diz.
A petição já conta com cerca de 230 subscritores.
Salomé Sebastião tem insistido num pedido de audiência em Belém, mas ainda não obteve qualquer resposta oficial.
Na sexta-feira, o site da Presidência da República publicou uma nota em que se lê que a Casa Civil irá receber, mais uma vez, e a seu pedido, os familiares do empresário Américo Sebastião na próxima semana.
“Tal como com outros cidadãos portugueses em idênticas circunstâncias, o Presidente da República não só acompanha, como tem procedido a todas as diligências ao seu alcance e ao mais alto nível, relativamente ao desaparecimento de Américo Sebastião na República de Moçambique, desde o momento em que ocorreu no Verão de 2016”, refere a nota publicada.
Américo Sebastião foi raptado numa estação de abastecimento de combustíveis na manhã de 29 de julho de 2016, em Nhamapadza, distrito de Maringué, na província de Sofala, no centro de Moçambique.
O rapto foi levado a cabo por homens fardados, que algemaram o empresário e o colocaram dentro de uma das duas viaturas descaracterizadas com que deixaram o posto de abastecimento de combustíveis, segundo contam testemunhas.
Nunca mais se soube do seu paradeiro.
Portugal ofereceu por várias vezes cooperação judiciária para se tentar localizar o empresário Américo Sebastião, mas as autoridades moçambicanas recusaram.
No início do ano, a Procuradoria-Geral da República de Moçambique mandou avocar o processo, que tinha sido encerrado, no início de 2018, pela Procuradoria Provincial de Sofala, centro de Moçambique, alegadamente por falta de elementos.
Em fevereiro, a PGR de Portugal ofereceu ajuda judiciária, manifestando disponibilidade de cooperação, no âmbito da cooperação judiciária e/ou policial", mas o Ministério Público moçambicano ainda não respondeu, segundo fonte oficial portuguesa.
Uns dias antes, fonte da Procuradoria moçambicana disse haver "abertura para a cooperação", mas afirmou que "nunca houve um pedido formal para o efeito, pelo menos, na PGR".
"No entanto, estamos abertos a cooperar, dentro das leis e dos acordos que temos com Portugal", disse a fonte da PGR moçambicana.