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​Francisca Van Dunem "preocupada" com assassinato de portugueses em Angola

19 abr, 2019 - 00:20

Francisca Van Dunem confia na capacidade de investigação das autoridades angolanas.

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A ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, manifestou esta quinta-feira, em Luanda, a "preocupação" do Governo de Lisboa com os assassinatos de cidadãos portugueses em Angola, mas confia na capacidade de investigação das autoridades angolanas.

Dois cidadãos portugueses foram assassinados em Angola na última semana, um durante um assalto, em 13 deste mês, e outro na própria residência, na passada terça-feira, indicaram hoje à agência Lusa familiares das duas vítimas, mortes que se juntam a uma outra, ocorrida em fevereiro último, de um empresário luso na província de Malanje.

"Não tinha conhecimento da notícia da ocorrência de uma terceira morte de um português em Angola e é óbvio que essa é uma questão que nos preocupa. Essas questões são tratadas através dos canais diplomáticos normais com as autoridades angolanas, no sentido do esclarecimento das circunstâncias destes crimes", afirmou Francisca Van Dunem.

A governante portuguesa, que terminou hoje uma visita de trabalho de três dias a Angola, ressalvou que o assunto é do foro judiciário, disponibilizando o apoio de Portugal a Angola, se Luanda assim o entender.

"Estamos a falar de questões que estão no foro judiciário e, por isso, respeitamos, temos todo o interesse e damos todo o apoio que for necessário e que nos for pedido ao nível das investigações. Mas confio nas autoridades angolanas e na capacidade que terão para investigar esses crimes até ao fim e num prazo razoável", declarou.

O caso mais recente ocorreu na terça-feira, com a morte do empresário Mário Manuel da Ressurreição Fernandes, de 45 anos, gerente da empresa Food Love Market, que foi encontrado sem vida, com as mãos amarradas, na casa de banho da sua residência num condomínio na centralidade (bairro) do Kilamba, arredores de Luanda.

Para já, desconhece-se o móbil do crime que vitimou Mário Fernandes, natural de Carrazeda de Ansiães (distrito de Bragança, nordeste de Portugal) e que viveu na Cidade do Cabo, África do Sul, onde tem família, até há cerca de um ano, quando se mudou para Luanda e abriu a empresa.

No passado dia 13, outro cidadão português, Francisco Manuel Tomé Ribeiro, residente há mais de 40 anos em Angola, foi abatido a tiro por três meliantes que lhe roubaram a motorizada à porta de casa, no Bairro do Zango III (arredores de Luanda), crime testemunhado pela sua filha de 7 anos.

Segundo o irmão da vítima, Luís Augusto Ribeiro, o crime ocorreu quando Francisco, mecânico de profissão, se preparava para sair com a filha.

Em 3 de fevereiro último, o empresário Adérito Florêncio Tété, 85 anos, natural de Trás-os-Montes, foi encontrado no quarto da sua residência em Malanje, 380 quilómetros a leste de Luanda, com a cabeça ensanguentada.

Na ocasião, o porta-voz do Serviço de Investigação Criminal em Malanje, Lindo Ngola, confirmou que a morte do empresário português foi provocada por "meliantes não identificados", que lhe desferiram "vários golpes na cabeça com objetos contundentes".

A morte de Adérito Florêncio Tété, proprietário do restaurante Capri e da Tété e Gouveia Limitada, foi considerada pela polícia como um "homicídio qualificado" praticado por "elementos não identificados".

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