Tempo
|
A+ / A-

Notícia Renascença

Governo pondera demitir-se por causa dos professores

16 abr, 2019 - 15:56 • Susana Madureira Martins com redação

Fonte do PS diz que a possibilidade tem estado a ser discutida. Gabinete de Costa desmente, mas admite "elevada preocupação" face a votações no Parlamento marcadas para quarta-feira.

A+ / A-

Leia também:


O Governo tem estado a ponderar e tem discutido várias vezes a sua própria demissão caso seja forçado a dar, via Parlamento, uma resposta aos professores.

A garantia foi dada à Renascença esta terça-feira por um dirigente socialista próximo do primeiro-ministro António Costa, com o argumento de que a resposta que for dada aos professores terá de ser dada também a outras carreiras, o que é considerado pelo estado maior socialista como financeiramente "insustentável".

Para responder à exigência dos professores de reposição total do tempo de serviço congelado, seriam necessários 630 milhões de euros, diz o executivo.

A mesma fonte garante que "é mesmo preciso dramatizar" esta questão, tendo em conta que esta tarde o Parlamento discute quatro apreciações parlamentares - uma do PCP, outra do Bloco de Esquerda, uma terceira do PSD e uma última do CDS - que respondem às reivindicações dos professores sobre a contagem do tempo de serviço.

A votação das apreciações parlamentares acontece amanhã, logo após o debate quinzenal dos deputados com o primeiro-ministro. Em vésperas do voto, fica assim dado o sinal às bancadas, quer da esquerda quer da direita, sobre os efeitos destas iniciativas caso sejam aprovadas.

Confrontado pela Renascença sobre os eventuais efeitos da demissão do Governo, e perante a proximidade das eleições europeias, marcadas para 26 de maio, a mesma fonte responde que "quem faz umas europeias, faz umas legislativas". Ou seja: o PS e o Governo admitem, em último caso, fazer uma e outra eleição em simultâneo.

Esta opção, contudo, coloca um problema ao executivo, uma vez que já não está dentro do prazo legal para convocar as duas eleições para o mesmo dia. Esse prazo é de 60 dias, em caso de demissão do Governo.

Sustentabilidade do governo "não está em causa"

Fonte do gabinete do primeiro-ministro refuta a ideia de que o executivo poderá pedir a demissão.

Confrontada pela Renascença, fonte próxima de António Costa diz que, caso o Parlamento aprove as apreciações ao decreto-lei, "o que está em causa é a sustentabilidade das finanças públicas e não a sustentabilidade do Governo".

Apesar de tudo, o facto de as forças parlamentares se entenderem para uma solução que contabilize o total do tempo de serviço dos professores é classificada por António Costa como um motivo de "elevada preocupação".

"Desnorte do Governo", acusa Rio

Para Rui Rio, principal líder da oposição, a informação avançada pela Renascença e mais tarde negada por fonte do gabinete do primeiro-ministro é mais um sinal de "desnorte" do executivo "que se tem verificado nos últimos meses".

"Nota-se um claro desnorte no Governo. Num dia faz uma coisa, no outro recua, depois faz o seu contrário. Eu levo essa fuga de informação à laia desse desnorte", disse o líder do PSD.

Para Rio, o Governo só poderia demitir-se devido à situação com os professores "se a Assembleia da República usurpasse as funções do Governo". Algo que, para Rio, não acontecerá: "o PSD vai lutar para que seja contado todo o tempo de serviço aos professores, mas não vai pôr o Parlamento a substituir-se ao Governo".

Comentário de Graça Franco, diretora de informação da Renascença

Demissão do Governo por causa dos professores? "Saiu o tiro pela culatra"
Demissão do Governo por causa dos professores? "Saiu o tiro pela culatra"

[notícia atualizada às 19h50 com o comentário de Graça Franco]

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • ze
    03 mai, 2019 aldeia 09:16
    O PS mostrou mais uma vez o que é!.............agora faz birra!.......
  • Domingos Dias
    17 abr, 2019 Braga 14:41
    A imitação de Sócrates (armar-se em vítima e pôr funcionários uns contra os outros) já foi chão que, politicamente, deu uvas. Hoje, não.
  • Maria Manuela Nunes das Neves
    17 abr, 2019 10:20
    Este Governo perdeu o norte. O pior é que a maioria dos portugueses ainda não percebeu.Qualquer dia e não está muito longe teremos outra troika por cá.Infelizmente!
  • xico
    17 abr, 2019 lixa 10:08
    É por estas que NUNCA deverá haver uma maioria absoluta em qualquer partido.
  • Professor
    16 abr, 2019 5 de out 18:38
    Demitir-se (deve ser, deve) quando há um OE2019 em vigor e Eleições para novo governo dentro de 6 meses, não faz mossa. Mas claro, a ideia é a clássica estratégia de vitimização, a ver se engana alguns tolinhos e sobe nas sondagens, rumo a uma cada vez mais incerta Maioria Absoluta, tudo convenientemente disfarçado de "vitima do Supremo Interesse Nacional". Na primeira, quem quer, cai. Na Segunda, cai quem quer.
  • Pagante de impostos
    16 abr, 2019 Ministério dos falidos 18:32
    Ena, digam outra vez que não estou a acreditar! Vamos finalmente livrar-nos destes aldrabões, de promessas falsas, palavreado camaleónico e jogos de cintura? Ontem era tarde.
  • Cidadao
    16 abr, 2019 Lisboa 18:25
    Demitem-se, uma ova! A não ser que o fizessem para o circo, para o espectáculo de vitimização que se ia seguir, a ver se ainda tinham possibilidades de atingir a cada vez mais remota Maioria Absoluta. Só que estão demasiado conhecidos pela inércia e insensibilidades nos incêndios de Pedrogão, pelas cegadas da Banca que anda a ser sustentada por nós, pela "familia" que meteram no governo, pelas promessas não cumpridas e pelas artes de malabarismo inconsequente e palavrório que ao fim do dia, não levam a lado nenhum.
  • Carlos Monteiro Pereira
    16 abr, 2019 18:25
    As ameaças não costumam favorecer quem as faz.Pessoalmente não acredito que isso venha a acontecer, um primeiro ministro, que teve de engolir sapos vivos para ser governo,não cairá na asneira de o fazer agora.
  • António Virgílio Car
    16 abr, 2019 Arcozelo 17:08
    E, foram os professores ou funcionários Públicos, ou pensionistas os culpados pela situação? Já alguém foi responsabilizado? Então, paguem. Há muito dinheiro a ser gasto desnecessariamente. Ex.: Importem refugiados... e muito mais...
  • Joao Asseiceiro
    16 abr, 2019 Torres Novas 16:48
    A dramatização em curso é de mestre. Maioria absoluta PS no horizonte.

Destaques V+