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1942-2019

Morreu o toureiro Ricardo Chibanga

16 abr, 2019 - 11:17 • Redação com Lusa

Informação já foi confirmada à Renascença por fonte familiar. Chibanga foi o único matador de touros africano da história da tauromaquia.

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Morreu o toureiro Ricardo Chibanga, o único matador de touros africano da história da tauromaquia. A informação foi confirmada à Renascença por fonte familiar. Chibanga faleceu esta terça-feira de manhã, na sua casa, na Golegã.

O antigo toureiro tinha 76 anos. Em março deste ano, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), na sequência do qual tinha estado internado. Tinha regressado a casa há poucos dias.

Esta terça-feira de de manhã, cerca das 9h30, os bombeiros da Golegã foram chamados a casa do toureiro, alegadamente em paragem cardiorrespiratória, disse à Lusa fonte da corporação, indicando que também foi mobilizada a viatura médica de emergência e reanimação (VMER) do Médio Tejo e que o óbito foi declarado no local.

Natural de Moçambique, Ricardo Chibanga veio para Portugal nos anos 1960, tendo sido apoiado por várias figuras da festa brava, como o matador de touros e empresário taurino Manuel dos Santos.

A alternativa de matador de touros de Ricardo Chibanga surgiu na Real Maestranza de Caballaria de Sevilha (Espanha) a 15 de agosto de 1971, tendo sido apadrinhado por António Bienvenida, com o testemunho de Rafael Torres.

Em Portugal, apresentou-se como matador de touros na praça do Campo Pequeno, em Lisboa, no dia 19 de agosto de 1971, tendo toureado ao lado do matador espanhol José Luis Galloso.

Ricardo Chibanga abandonou as arenas no início dos anos 90 do século passado, tendo adquirido uma praça de touros desmontável em que promovia festejos taurinos, alugando também o equipamento a outros empresários tauromáquicos.

Contactado pela Lusa, o jornalista e editor do blog de tauromaquia 'farpasblogue', Miguel Alvarenga, descreveu Ricardo Chibanga como "muito importante" para a história da festa brava e um embaixador de Portugal no estrangeiro.

"Foi o primeiro toureiro africano no mundo e foi muito importante para a festa, mas, sobretudo, para Portugal, pois ele foi, juntamente com Amália Rodrigues e Eusébio, um embaixador do nosso país no estrangeiro", lembrou Miguel Alvarenga.

Segundo o responsável do farpasblogue, "foi um facto inédito haver um matador africano, vindo de Moçambique, e foi um toureiro muito respeitado e acarinhado em Espanha".

[notícia atualizada às 12h55]

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  • 16 abr, 2019 palmela 11:49
    Para os que nao gostam de touradas"fiquem cientes que ricardo chibanga ficara para sempre!

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