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Parlamento britânico aprova adiamento do Brexit até 30 de junho. Tusk defende extensão longa

09 abr, 2019 - 18:03

"Conceder tal extensão [até 30 de junho] aumentaria o risco de uma série contínua de curtas extensões", explica o presidente do Conselho Europeu. Quarta-feira há Conselho Europeu extraordinário para decidir se extensão avança – e até quando.

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420 deputados votaram a favor, 110 opuseram-se, e a Câmara dos Comuns aprovou, esta terça-feira à tarde, a lei que autoriza a primeira-ministra Theresa May a solicitar à União Europeia uma extensão do Artigo 50.º e consequente (pretendem os britânicos) adiamento do Brexit até dia 30 de junho, evitando assim uma saída (muito provavelmente desordenada, com risco de uma longa recessão) já a 12 de abril.

A lei em causa, recorde-se, já havia sido aprovada em primeira leitura, segunda-feira à noite, na câmara alta do Parlamento britânico.

Theresa May tem feito, nas últimas horas, visitas de “cortesia”, em busca de apoios para uma extensão do Brexit, a diversos lideres europeus, nomeadamente à chanceler alemã, Angela Merkel, e ao Presidente francês, Emmanuel Macron. Amanhã, na cimeira especial do Conselho Europeu dedicada ao Brexit, decidir-se-á se o adiamento até final de junho é ou não aceite.

E a incerteza perdura até ao derradeiro momento. Esta terça-feira, a Reuters, que teve acesso ao draft (que, portanto, não é definitivo) com as conclusões dos líderes europeus, garante que o adiamento será aceite… mas com condições, nomeadamente a necessidade de o Reino Unido eleger deputados nas próximas eleições europeias.

Já o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pretenderá – e proporá amanhã –, segundo adiantou a agência France-Presse, um adiamento mais longo do Brexit, mas nunca por mais de um ano.

Na carta dirigida aos líderes da UE para a cimeira extraordinária de quarta-feira, Tusk sustenta que, “pela experiência até ao momento", e atendendo às divisões profundas na Câmara dos Comuns, "há poucas razões para acreditar que o processo pode ser concluído até ao final de junho”, razão pela qual se opõe ao prazo que a primeira-ministra britânica solicitou.

“Na realidade, conceder tal extensão [até 30 de junho] aumentaria o risco de uma série contínua de curtas extensões e de cimeiras de emergência, criando novas datas sempre no limite. Isso, por seu lado, iria quase certamente ofuscar os trabalhos da UE a 27 nos meses pela frente”, escreve o presidente do Conselho Europeu.

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