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Papa. Educar exige amor, paciência e persuasão

06 abr, 2019 - 16:38 • ​​Marília Freitas​ com Vatican News

Num encontro com estudantes, professores e pais de um colégio italiano, o Papa abdicou do seu discurso para responder a dúvidas.

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O Papa Francisco recebeu cerca de 2.600 estudantes e docentes do Colégio de São Carlos de Milão, este sábado, no Vaticano.

A escola comemora 150 anos e alunos, professores e pais tiveram oportunidade de colocar questões ao Papa, que abdicou do seu discurso.

Adriano, um dos alunos, foi o primeiro a questionar o Papa. “O que nós e a Escola podemos fazer concretamente pelas pessoas menos desfavorecidas que nós? Por que parece que Deus tem preferências?”

Francisco respondeu que “há perguntas que não têm nem terão respostas”. “Somos nós que fazemos distinções. Nós somos artífices das diferenças e inclusive diferenças de dor, de pobreza. Por que hoje no mundo existem tantas crianças famintas? Por que Deus faz esta distinção? Não! Quem o faz é o sistema económico injusto”, disse.

Não se trata de ser comunista, acrescentou Francisco, mas é o ensinamento de Jesus.

Uma professora perguntou ao Papa: “Como nós, educadores e estudantes, podemos dar exemplo e testemunho da nossa nobre, mas difícil tarefa”?

Para o Francisco, as palavras-chave são: testemunho e sustento. O educador deve se confrontar continuamente com a realidade, “sujar as mãos”, “arregaçar as mangas”. “O testemunho é não ter medo da realidade.” Já o sustento significa “doçura”.

“Não se pode educar sem amor. Não é possível ensinar palavras sem gestos e o primeiro gesto é o carinho: acariciar os corações, acariciar as almas. E a linguagem da carícia qual é? A persuasão. Educa-se não com escribas, não com segurança, mas com a paciência da persuasão”, disse.

Síndrome do ninho vazio

Por fim, a mãe de um aluno, pediu conselhos ao Papa sobre como acompanhar e orientar seus filhos nas suas escolhas futuras.

Francisco aconselhou os pais a não sofrerem do síndrome do “ninho vazio”.

“Vocês pais não devem ter medo da solidão, não tenham medo! É uma solidão fecunda. E pensem nos muitos filhos que estão crescendo e estão fazendo outros ninhos, culturais, científicos, de comunhão política e social. É preciso proximidade com os filhos para ajudá-los a caminhar.”

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