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Inquérito à Caixa. Ex-presidente do conselho fiscal diz que governos "deixavam correr" alertas

03 abr, 2019 - 23:48 • Lusa com Redação

Eduardo Paz Ferreira está a ser ouvido na segunda comissão parlamentar de inquérito à gestão e recapitalização da CGD, na Assembleia da República.

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O ex-presidente do conselho fiscal da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Eduardo Paz Ferreira, disse esta quarta-feira no parlamento que os vários governos "deixavam correr" os alertas que recebiam.

Questionado pelo deputado do PCP Duarte Alves sobre a reação da tutela aos alertas emitidos pelo conselho fiscal e comissão de auditoria da CGD, Eduardo Paz Ferreira afirmou ser "difícil dar uma resposta segura" sobre o tema, mas considerou que os vários governos não davam uma resposta "muito evidente".

Os governos "teriam uma ideia de 'deixar correr a ver se se aguenta'", considerou o anterior responsável do conselho fiscal do banco público, que está a ser ouvido na segunda comissão parlamentar de inquérito à gestão e recapitalização da CGD, na Assembleia da República, em Lisboa.

Já relativamente à sua relação com os conselhos de administração da Caixa e o acesso a documentos, Eduardo Paz Ferreira declarou que a administração de José de Matos (2011-2015) "tinha a ideia de que a comissão de auditoria não era muito importante na estrutura" do banco.

Eduardo Paz Ferreira referiu que, apesar de "haver menos fluxo" de informação nesse período, a falta de troca de informação "não era sistemática" e leu ainda uma carta dirigida a Fernando Faria de Oliveira, presidente da CGD entre 2007 e 2011, datada de 28 de maio de 2008, em que dava conta de baixas taxas de cobertura de garantias em vários empréstimos.

A missiva foi respondida em 4 de junho do mesmo ano e dava conta do acompanhamento da situação por parte do conselho de administração da CGD.

No entanto, e apesar de referir esta comunicação como bom exemplo, Eduardo Paz Ferreira, que foi também presidente da comissão de auditoria entre 2011 e 2015, apontou um período em que houve "alguma perturbação na velocidade de resposta", uma vez que Norberto Rosa que, segundo Paz Ferreira era o "interlocutor" entre os conselhos fiscal e de administração, "foi deslocado para o BPN".

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