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Ministro da Defesa diz que futuro das Forças Armadas tem de ser pensado com a sociedade

02 abr, 2019 - 19:16 • Lusa com Redação

"As Forças Armadas que queremos e precisamos para o nosso país não são seguramente as Forças Armadas com que eu cresci e que me habituei a conhecer", afirmou Gomes Cravinho.

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O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, considerou esta terça-feira que o futuro das Forças Armadas deve ser pensado "em conjunto" com a sociedade portuguesa e não apenas pelo governo.

"Ao pensarmos sobre as nossas Forças Armadas, uma coisa é para mim muito clara: isto tem de ser pensado em conjunto com a sociedade. Não são as Forças Armadas por si só, os quadros do Ministério da Defesa sozinhos ou sequer o governo, pensando em exclusividade, que podem dar a resposta que nós precisamos", disse.

João Gomes Cravinho discursava na Escola Secundária João de Deus, em Faro, durante a cerimónia de assinatura dos protocolos de cooperação para a implementação, nos 16 municípios do Algarve, do Referencial de Educação para a Segurança, a Defesa e a Paz, desenvolvido em conjunto pelo Ministério da Defesa Nacional e pelo Ministério da Educação, com a colaboração das Áreas de Governo da Presidência e Modernização Administrativa e da Administração Interna.

A sessão contou igualmente com a presença do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e do secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel.

O ministro da Defesa considerou que, em 2019, se vive um período de reflexão sobre as Forças Armadas e sobre os desafios "profundamente diferentes" que a instituição tem pela frente.

"As Forças Armadas que queremos e precisamos para o nosso país não são seguramente as Forças Armadas do século XX, com que eu cresci e que me habituei a conhecer", afirmou.

Assim, prosseguiu, deve ser "o conjunto da sociedade, alimentado pelas reflexões, sentimentos, ideias e debates que têm lugar no âmbito da cidadania", a formular as melhores respostas para as Forças Armadas.

"Vivemos um enquadramento internacional complexo. As certezas são muito poucas sobre o mundo daqui a dez anos. E dez anos é um espaço muito curto para adaptação das nossas instituições", explicou o ministro da Defesa.

João Gomes Cravinho considerou, nesse âmbito, que o Referencial de Educação para a Segurança, a Defesa e a Paz - que pretende divulgar os valores e as matérias da segurança e da defesa junto dos estudantes dos ensinos básico e secundário - é um instrumento "necessário" para reforçar a noção de cidadania junto dos mais novos.

"A criação de uma nova noção de cidadania para o futuro é, embora não tenhamos consciência disso no dia a dia, o mais importante dos desafios que enfrentamos", salientou.

Para o ministro, estabelecer uma prática institucionalizada de debate e reflexão sobre as temáticas desta área "é algo de extremamente valioso" e fazê-lo no contexto educativo "é uma mais-valia".

"A mensagem que vos quero transmitir é que vocês podem fazer a diferença. Vocês, que serão a parte mais influente na criação das nossas instituições nas próximas décadas", sublinhou Gomes Cravinho, dirigindo-se aos alunos presentes.

Até agora, já foram assinados protocolos em sete distritos, mas o ministro da Defesa assegurou que o referencial será aplicado em todo o país, "tão rápido quanto possível".

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  • Vitor Prata
    04 abr, 2019 10:42
    O titular da pasta da defesa nacional não perde uma oportunidade de aparecer na comunicação social. Tem aparecido diariamente dando a ideia de querer substituir o presidente dos afectos nos tablóides, agora que este anda mais afastado.
  • Cidadao
    02 abr, 2019 Lisboa 20:56
    As F.A. são o último garante da soberania de um País. O último meio a usar, quando a diplomacia falha e a Defesa Nacional é posta em causa. Agora, as actuais F.A. estão capacitadas para isso? NÃO! O País está desejoso de defender a sua soberania? Não! Se até a deu de barato nos Tratados que assinou e faz o que pode para se diluir e desaparecer na UE... A população deseja a defesa do País? Ninguém odeia mais Portugal, que os portugueses(?) : quando viajarem pela Europa, experimentem falar mal de Espanha, numa bodega espanhola. Experimentem falar mal de França, num café Parisiense. Experimentem falar mal da Inglaterra, num pub Inglês. Se tiverem sorte, os de "lá" pensarão que estão bêbados e serão só convidados a sair. Porque se acharem que é a sério, não se livram de levar nas trombas. Por cá, se um tuga bimbo começar a falar mal de Portugal, imediatamente se junta mais bimbalhada a ajudar à festa. F.A. para quê? Ou melhor, F.A. para defender o quê? Soberania? - dada de barato. Política externa? - diluída nas ordens que Bruxelas sopra aos ouvidos dos governantes de ocasião. Defender o nosso estilo de vida e a nossa população? - e eles querem ou merecem isso? Então, essa tal de "reflexão" vai ter de ser muito, mas mesmo muito, profunda. E vai ter de questionar não só as F.A. mas o País em geral e sobretudo, se queremos continuar a viver de joelhos e a aguentar com toda a m**da que nos mandam, ou começar a mostrar o dedo do meio. E não vejo "túbaros" para a segunda hipótese.

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