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Países do Mediterrâneo discutem futuro do emprego

25 mar, 2019 - 19:23 • Ana Carrilho

​Os ministros de 43 países da União para o Mediterrâneo vão reunir na próxima semana em Cascais para discutir o trabalho e emprego. Vieira da Silva considera que, apesar das realidades diferenciadas, é possível trabalhar para um objetivo comum que reforce a coesão.

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A Palestina tem uma das mais altas taxas de desemprego do mundo: cerca de 28 por cento. Mas na Faixa de Gaza ultrapassa os 43 por cento, segundo os dados da Organização Internacional do Trabalho. Jovens e mulheres são os mais atingidos. Do outro lado da fronteira, com os seus pouco mais de 3%, Israel tem uma das mais baixas taxas de desemprego a nível global e vive o melhor cenário dos últimos 50 anos.

Com realidades políticas, económicas e sociais tão distantes, os inimigos estão, no entanto, “juntos” na União para o Mediterrâneo (UfM), uma organização que congrega os 28 estados membros da União Europeia e 15 da bacia do Mediterrâneo.

Na Finlândia e outros países da Europa Central e Norte, o nível educacional é elevado e isso reflete-se no acesso ao emprego. Pelo contrário e segundo as estatísticas da UfM, o desemprego atinge um quarto dos licenciados dos países árabes do Norte de África.

15 a 32 por cento dos jovens (15 aos 24 anos) no Mediterrâneo Sul e Oriental são NEET’s. Ou seja, não trabalham nem estudam. Só 13 a 15% das mulheres são donas e gerem o seu negócio, contra os 31% a nível global.

À procura da coesão e da inclusão

De 1 a 3 de Abril, técnicos e ministros do trabalho e emprego dos 43 países membros da União para o Mediterrâneo reúnem-se em Cascais. A organização, que congrega os 28 membros da União Europeia e 15 da bacia do Mediterrâneo, vai discutir “Empregos, competências e oportunidades para todos”. Desemprego jovem, que é o dobro dos adultos ou a ainda reduzida participação das mulheres no mercado de trabalho.

Portugal realiza o encontro a convite da União Europeia e Vieira da Silva revelou hoje aos jornalistas que o objetivo é encontrar “uma visão de conjunto que valorize a coesão, a aquisição de competências e a formação profissional”.

Da conferência há-de sair uma Declaração. E no concreto, como se passa para o terreno, foi o que quisemos saber. O ministro admite que este “é um trabalho longo”. Tão importantes como a Conferência são os programas de cooperação e os contatos bilaterais e multilaterais. “É preciso solidificar parcerias, vincular os estados membros a objetivos comuns”, referiu o ministro português.

Vieira da Silva frisa que são países com grande proximidade histórica e cultural apesar de terem realidades diferentes. “Isso não os impede de trabalharem para o objetivo comum de reforçar as políticas sociais no domínio da integração do mercado de trabalho, na construção de mercados mais inclusivos, combate à informalidade e para que questões como os fluxos migratórios sejam o mais possível integradas nas dinâmicas do mercado de trabalho, neste caso, da Europa”.

Apesar do tema das migrações no Mediterrâneo não fazer parte da agenda, é indissociável da discussão.

Vieira da Silva preside mas o Primeiro Ministro António Costa e o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa também marcam presença. Assim como a Comissária europeia do Emprego Marianne Thyssen e o ministro jordano Samir Said Murad.

Ainda não se sabe onde será a próxima Conferência da União para o Mediterrâneo sobre o Trabalho e Emprego mas já está agendada para 2022.

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