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​Estas galinhas trabalham a ouvir rádio e passeiam por onde querem

23 mar, 2019 - 12:00 • Liliana Carona

As diretivas europeias obrigam cada vez mais a que os produtores pensem no bem-estar animal. Há uma quinta de produção de ovos, em Gouveia, onde as galinhas poedeiras estão ao ar livre, e ouvem rádio, para não stressarem.

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Galinhas que ouvem rádio - Reportagem de Liliana Carona

Pensou até comprar CDs de música clássica, mas pensou também que poderia tornar-se maçador. Na rádio, as galinhas ouvem conversa, música, informação e Paulo Mota, quer que elas, as galinhas, fiquem habituadas a ruídos diferentes.

Dos Abba aos noticiários, as galinhas da Quinta da Caramuja, uma empresa dedicada à produção de ovos biológicos, em pleno coração da Serra da Estrela, em Gouveia, ouvem rádio o dia todo porque, acredita o proprietário Paulo Mota, é uma forma de afastar o stress.

“A música surgiu por estarmos num local isolado, quando surgiam situações em que passava um helicóptero ou avião, entravam em stresse, elas entram em stress com muita facilidade. Deste modo têm acesso a sons e ruídos diferentes. Ligamos o rádio de manhã e só desligamos à noite, seja o locutor ou a música, elas prestam atenção”, garante Paulo.

Além de ouvirem rádio, as galinhas passam o dia todo ao ar livre, aliás por onde quiserem. “Não estão em gaiolas, estão em liberdade, não são permitidas gaiolas em produção biológica, temos uma entidade certificadora que vem verificar além dos serviços de veterinária”, explica o proprietário da empresa, fundada em 2007, que só vende os ovos biológicos para uma única marca. “A marca Campestre, a única compradora, nacional, destes ovos, que depois os redistribui. Estes ovos são todos para consumo nacional”, assume o produtor.

O resultado são ovos biológicos, ovos castanhos, ao estilo caseiro. “Estes ovos têm vários fatores distintivos, menos animais, máximo três mil, alimentação biológica, regime extensivo”, explica Paulo Mota.

Além da rádio e da alimentação biológica, estas galinhas, quando estão no pavilhão a descansar, só permitem visitas se baterem à porta primeiro. “Tem que se bater à porta, por causa desta questão do ruído se abrirmos a porta de repente é um alvoroço”, sorri Paulo, no pavilhão com acesso constante ao exterior e com colunas sintonizadas em qualquer rádio que apanhe bom sinal.

Comentários
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  • A Martins
    23 mar, 2019 Braga 21:55
    Ainda bem que há gente com ideias e que trabalham, também, em favor da saúde dos consumidores.

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