22 mar, 2019 - 18:02 • Celso Paiva Sol
A Universidade de Coimbra vai estudar, a pedido da PSP, todos os acidentes com explosivos ocorridos em Portugal nos últimos 20 anos.
O objetivo é perceber que fatores têm contribuído para esses acidentes e usar, depois, esse diagnóstico na elaboração de futuras alterações à lei que regula todo o ciclo de vida dos produtos explosivos, artigos de pirotecnia e precursores de explosivos.
A aplicação da lei é fiscalizada pela PSP e abrange o fabrico, a importação, a compra e venda, o transporte, o uso e o armazenamento destes materiais.
O ano passado, por exemplo, entre vistorias, peritagens e fiscalizações, a polícia realizou cerca de 1.500 ações.
Deste trabalho da PSP, resultou a apreensão de mais de três mil quilos de explosivos, na soma dos anos 2017 e 2018.
O contrato para a realização deste estudo já foi assinado e define o prazo de nove meses para que o Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra apresente resultados.
Dezanove mortos e 59 feridos graves em quatro anos
Só nos últimos quatro anos, registaram-se em Portugal 52 acidentes com explosivos, de que resultaram 19 mortos e 59 feridos graves.
São estes números que levaram a PSP a procurar explicações mais técnicas e detalhadas sobre o que está na origem destes acidentes, nomeadamente em que locais se registaram, com que condições de armazenamento, com que temperaturas e níveis de humidade, e quem eram as vítimas.
Para além de ficar com dados que serão importantes para a elaboração de futuras leis nacionais, a PSP pretende também partilhar este estudo com outros Estados-membros da União Europeia e, dessa forma, contribuir para a definição de padrões internacionais.