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Passaporte para conhecer arte rupestre une Portugal, Espanha e França

22 mar, 2019 - 10:12 • Olímpia Mairos

Museus e sítios arqueológicos do Vale do Coa – Siega Verde, Altamira e Lascaux anunciam criação de Passaporte Rupestre para potenciar a circulação de visitantes entre espaços com chancela UNESCO para Património Mundial.

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Os três sítios arqueológicos europeus estão apostados em criar um itinerário europeu dedicado à arte rupestre. Para isso firmaram compromissos através de um protocolo.

Segundo o presidente da Fundação Côa Parque, Bruno Navarro “este protocolo serve para abrir o diálogo sobre arte rupestre, entre os poderes políticos dos três países envolvidos nesta ação”.

“Ao mesmo tempo, pretendemos que os técnicos que trabalham na arte rupestre de Portugal, Espanha e França possam partilhar conhecimentos e experiências para se ganhar escala a nível europeu, no sentido de criar um verdadeiro itinerário cultural europeu robusto”, acrescenta o responsável.

O objetivo é atrair cada vez mais turistas a cada uns dos sítios arqueológicos, que contarão com um passaporte rupestre para circularem entre os espaços classificados pela UNESCO como Património Mundial e captar fundos europeus.

As três regiões europeias: Cantábria, em Espanha, Dordonha, em França, e Vale do Côa, em Portugal e Espanha, têm em comum a classificação e reconhecimento por parte da UNESCO, mas também a sua matriz agrícola, onde o património, segundo Bruno Navarro, “pode servir de porta de entrada para uma cooperação, não só cultural, mas também turística e económica”.

O diretor geral do Património Cultural de Castela e Leão, Enrique Saiz, declara que estão “muito entusiasmados em trabalhar em conjunto, com sítios mundialmente conhecidos da arte rupestre europeia, como é Altamira ou Lascaux, sendo importante o convivo cultural nesta matéria, o qual é muito valorizado pela própria UNESCO”.

Já o presidente do Conselho Departamental da Dordonha, Germinal Peiro, refere tratar-se de “um protocolo importante para Laucaux, que, apesar de ser um sítio importante da arte rupestre, não pode trabalhar sozinha”. “Ao trabalhar em conjunto três países da Europa, estamos ao mesmo tempo a trabalhar em conjunto para o mundo”, observa.

E o trabalho a desenvolver nos três sítios arqueológicos da arte rupestre, passa agora para a esfera transfronteiriça, através de um programa já aprovado por Portugal e Espanha, ao qual se junta agora França.

A partilha de recursos humanos e a motivação de novas gerações para o tema da arte rupestre europeia é outro dos objetivos desta nova etapa cultural que pode constituir-se num fator de desenvolvimento dos territórios transfronteiriços, quer a nível económico quer ao nível cultural.

Os parceiros acordaram ainda desenvolver durante o ano de 2019 campos de trabalho para intercâmbio de jovens dos três países, estabelecimento de um programa de geminações entre municípios das respetivas regiões, participação conjunta nas atividades das Jornadas Europeias do Património e na Bienal Ibérica do Património Cultura – AR&PA, que este ano decorrerá na cidade algarvia de Loulé, entre 11 e 13 de outubro, e onde será apresentada publicamente a versão portuguesa do Guia Turístico sobre a Arte Rupestre Património da Humanidade do Sudoeste Europeu.

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