21 mar, 2019 - 15:41 • Cristina Nascimento
O Boletim de Saúde Infantil e Juvenil vai passar a ser eletrónico. A Direção-Geral de Saúde e os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde estão a trabalhar no projeto, que deve ficar concluído em 2021.
“A ideia é responder às necessidades que os pais têm hoje de utilizar rapidamente a informação acerca do seu filho”, explica à Renascença Bárbara Menezes, coordenadora do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil (PNSIJ) da Direção-Geral da Saúde (DGS). “Vai passar a estar sempre disponível”, diz.
“Vai registar tal e qual a mesma informação, vai permitir a consulta e o registo pelos pais, pelas mães, pelos cuidadores, pelos médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, tal e qual como até agora”, explica Bárbara Menezes, acrescentando que o boletim eletrónico “vai também ser interativo”.
Nestas declarações à Renascença, Bárbara Menezes explica que a interatividade vai passar por várias vertentes: por um lado, vai ser acessível a qualquer profissional de saúde, quer trabalhe no sistema público, quer privado; por outro lado, vai ser interativo porque vai permitir que os pais, mães e jovens possam eles próprios o “registar as suas dúvidas e os profissionais de saúde possam ter acesso a elas”.
O boletim eletrónico não vai ser obrigatório. Na altura do nascimento das crianças, os pais deverão de escolher se querem que um boletim digital ou em papel. “Não podem é ter os dois, porque isso seria duplicar os registos”, esclarece Bárbara Menezes.
Informação credível e oportuna
Com o Boletim de Saúde Infantil e Juvenil abre-se a porta a uma comunicação direta entre as autoridades de saúde e as famílias.
“Uma das grandes vantagens é que o 'eboletim' vai enviar notificações com aconselhamento especializado, validado cientificamente acerca da etapa de desenvolvimento do seu bebé, criança e jovem. Serão enviados e-mails com conteúdos que interessam”, explica. Entre as notificações que vão ser enviadas estarão as indicações sobre as necessidades de vacinação.
A coordenadora do programa destaca ainda que, com o boletim eletrónico, as autoridades de saúde vão poder também reunir dados que permitam fazer estudos epidemiológicos.
“A DGS e o Ministério de Saúde vai passar a ter dados de vigilância de saúde de todas as crianças, sejam elas vigiadas no Serviço Nacional de Saúde ou no privado. Em termos epidemiológicos, isto é muito importante; podemos passar a ter uma visão da identificação de problemas de saúde a um nível muito mais amplo”, remata.
Bárbara Menezes garante que o projeto já está em “estado avançado”, mas que admite que é muito complexo, sobretudo tendo em conta a necessidade de proteção de dados.
O projeto do 'eBoletim' é um dos temas em destaque no Portugal eHealth Summit que decorre em Lisboa até 22 de março.