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Falta de chuva deixa agricultores alentejanos “extremamente preocupados”

18 mar, 2019 - 11:00 • Rosário Silva

A primavera está a chegar e no alto Alentejo as barragens já têm as reservas em baixo. Além disso, os terrenos estão tão secos que as searas não desenvolvem.

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O mês de janeiro foi o mais seco dos últimos 20 anos. A Associação dos Agricultores do Distrito de Portalegre (AADP) está “extremamente preocupada” com o período de seca meteorológica que está a afetar o Alto Alentejo.

“Dou o exemplo da barragem do Caia que, neste momento, está com 35 por cento da sua capacidade, o que é muito abaixo do que seria razoável para o mês de março”, refere à Renascença, a presidente da AADP.

“Tem chovido muito pouco, vamos começar a Primavera e a nossa preocupação é muito grande”, sublinha Fermelinda Carvalho, que descreve, ainda, um cenário inquietante: “Temos as culturas instaladas de outono/onverno, temos as nossas pastagens, os prados espontâneos e é notória a falta de água, as searas não desenvolvem o que era suposto, pois não há humidade no solo.”

Em fevereiro choveu muito pouco e março segue pelo mesmo caminho. No Alto Alentejo, a ansiedade começa a tomar conta dos agricultores que temem as consequências desastrosas provenientes de uma eventual situação de seca extrema.

“Se não chover, vamos perder todas as nossas culturas”, alerta a responsável, recordando que os investimentos efetuados pelos agricultores são imensos. “Os fatores de produção são muito caros, a semente é cara, o adubo é caro, o gasóleo é caro, a eletricidade, enfim, é um investimento muito grande”, acrescenta Fermelinda Carvalho.

Na região, há décadas que se reclama a construção da barragem do Pisão, no concelho de Crato. Muitas vezes anunciada, mas nunca concretizada, a barragem é, de acordo com a associação de agricultores de Portalegre, essencial como reserva de água e um investimento prioritário.

“Esta barragem poderia aqui no norte alentejano dar um panorama diferente, uma vez que quando chove, chove de forma muito concentrada e depois acabamos por perder essa água que cai por vezes em três, quatro dias e não a conseguimos reter”, indica a presidente da AADP.

A construção da barragem do Pisão, assim como a seca que afeta o Alto Alentejo são pontos obrigatórios da agenda que esta associação leva para uma reunião com o ministro da agricultora, Capoulas Santos, a realizar, em princípio, no inicio do mês de abril.

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