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Boicote a Michael Jackson. Louis Vuitton segue rádios e Simpsons e retira parte da coleção de verão

15 mar, 2019 - 17:18 • Redação com Reuters

"Condeno estritamente qualquer forma de abuso infantil, violência ou violação de qualquer direito humano", disse o estilista atualmente à frente da marca francesa.

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A marca de luxo francesa Louis Vuitton decidiu retirar da coleção de moda masculina de verão 2019 alguns elementos alusivos a Michael Jackson.

A decisão, anunciada esta sexta-feira, surge na sequência do polémico documentário "Leaving Neverland", produzido pela Netflix, no qual dois homens revelam detalhes dos abusos sexuais de que terão sido vítimas às mãos do músico quando eram crianças.

A coleção foi revelada em janeiro na semana de moda de Paris e tem chegada prevista às lojas em junho. Contudo, e face às revelações em "Leaving Neverland", uma porta-voz da Louis Vuitton anunciou que as peças de roupa e acessórios inspirados em Jackson não serão colocados à venda.

A marca explica que, na altura do lançamento da coleção, não tinha conhecimento do documentário e do que nele é revelado, nomeadamente os crimes que Jackson terá cometido no início da década de 1990.

"Estou ciente de que, à luz deste documentário, o programa causou reações emocionais. Condeno estritamente qualquer forma de abuso infantil, violência ou violação de qualquer direito humano", sulbinha o estilista de roupas masculinas da Louis Vuitton, Virgil Abloh, em comunicado.

Abloh, um designer americano que foi contratado pela Vuitton em março de 2018, disse que as alusões a Jackson pretendiam referenciá-lo como um artista famoso da cultura pop.

Desde a estreia do documentário, que chegou à Netflix em Portugal há cerca de uma semana, têm sido várias as manifestações de repúdio a Jackson. Várias estações de rádio norte-americanas decidiram deixar de passar músicas do artista e também a série "Os Simpsons" decidiu retirar do seu histórico o episódio que contou com a participação do cantor.

A família de Jackson continua a classificar o documentário e as notícias a respeito do mesmo como "linchamento público", garantindo que Jackson, que morreu há quase dez anos, era "100% inocente".

"Consideramos as suspeitas lançadas no documentário profundamente perturbadoras", disse Michael Burke, presidente executivo da Louis Vuitton, acrescentando que a empresa está totalmente comprometida com a defesa do bem-estar infantil.

A Louis Vuitton é a maior marca de luxo do mundo, com vendas anuais de mais de 10 mil milhões de euros, e é o maior impulsionador de receita de sua empresa-mãe, a francesa LVMH.

A unidade de moda masculina é uma parte relativamente pequena de seus negócios e a decisão de retirar os elementos relacionados com Jackson não deve ter um grande impacto.

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