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Dia de protesto da PSP. "Alguns grupos de polícias criaram sindicatos para fins que não a atividade sindical"

13 mar, 2019 - 14:08 • José Pedro Frazão com redação

A acusação é feita pelo dirigente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, no dia em que centenas de agentes da PSP são esperados num protesto em Lisboa.

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No dia em que centenas de agentes da PSP são esperados numa concentração em Lisboa, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) diz à Renascença que alguns dos sindicatos que representam a classe só existem para "conseguir créditos" de folgas.

"Há aqui um conjunto de vazios [na lei] que levou a que alguns grupos de polícias criassem sindicatos para fins que não a atividade sindical. Isto está, de alguma forma, a minar a credibilidade daquilo que é a atividade sindical junto dos polícias internamente, e a passar uma imagem" que não corresponde à realidade, acusa Paulo Rodrigues em entrevista à Renascença esta quarta-feira.

Para o sindicalista da ASPP/PSP, os referidos grupos estão a recorrer a este método para conseguirem créditos de folgas. "Há pequenos sindicatos que se juntam para formar uma estrutura com o objetivo único de utilizar os créditos sindicais [folgas], que são quatro por mês, para fins que não são da atividade sindical", acusa.

Paulo Rodrigues classifica estas ações como "um abuso" que "desvirtua aquilo que é o princípio da atividade sindical" e aponta o dedo à legislação em vigor por ter aberto espaço a este aproveitamento.

"Somos perto de sete sindicatos. Há sindicatos que têm 20 associados, há sindicatos com 50 associados, com 100 associados, há um inclusivamente que foi criado há cerca de um ano e que tem 400 dirigentes. No fundo, esta lei abriu portas a quase tudo, o possível e o inimaginável."

Esta tarde, a partir das 17h30, agentes da PSP vão dar início a um protesto que vai partir da Penha de França em direção ao Ministério da Administração Interna, no Terreiro do Paço.

A manifestação de agentes fardados foi entretanto declarada ilegal pelo Tribunal Administrativo de Lisboa, que ditou que "a lei é clara" no que diz respeito ao uso da farda em serviço ou fora dele e, neste caso, os manifestantes não a podem envergar.

Face a este ditame, a ASPP/PSP pediu aos agentes em protesto que não usem o uniforme. Já o SINAPOL prometeu interpor uma ação judicial de "reconhecimento de direito" para os polícias poderem manifestar-se fardados.

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